sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Escape from a bad turn
Um 2011 tão bom quanto possível para todos, mas de preferência melhor para mim.
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº468)
A pensar no cão de Pavlov
"Será que há actrizes pornograficas que, por força do hábito, engolem depois de escovar os dentes?"
"Será que há actrizes pornograficas que, por força do hábito, engolem depois de escovar os dentes?"
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Dr. Mengele
Pensava que já há muitos anos me tinha deixado da mania de manipular e testar as pessoas só para observar as suas reacções, mas hoje apercebi-me que se continuo a tentar fazer algum tipo de arte é por alguma razão.
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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
I can't help my feelings, I'll go out of my mind
Podeis ir todos à merda, sem excepções.
É como passar a noite a ver filmes com péssimos orçamentos
Esta manhã a dar-lhe boleia para a cidade
Ela - Ainda cheguei a ter pesadelos com o Black Swan.
Eu - Eu sonhei que um grupo de mulheres tinha sido colocado numa ilha por uma organização secreta e que a ilha tinha a propriedade de que ninguém lá morria. Só que afastado do centro da ilha havia um problema, se morresses transformavas-te em zombie.
Ela - Os teus sonhos têm sempre de ter zombies.
Eu - Nem sempre... às vezes são vampiros ou monstros.
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o gajo não é normal
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
:(:
A tomar o pequeno-almoço num café
Ela - Eu não te compreendo. Dás-me cabo da cabeça.
Eu - Então?
Ela - Já te esqueceste de ontem?
Eu - Não...
Ela - Num momento falo contigo por telefone e estás na merda, no outro telefonas-me todo entusiasmado e parecias outra pessoa. Tu às vezes pareces é bipolar.
Eu - ...
Ela - A sério.
Eu - Bem... entre telefonemas eu bebi um bocado...
Ela - Pois, mas isso não resolve nada.
Eu (em pensamento) - Resolve pois...
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o gajo não é normal
wish you were dead
O estado em que estou; bêbedo, 24 anos, a tentar ler partituras e em estado catatónico sem saber o que fazer para fugir aos blues.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Peace on Earth
Estou em ressaca do espírito de Natal. E o meu Natal podia ter sido tão mais divertido.
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póspectiva
Porque quis escrever algo mesmo que não fosse bom
Dentro de mim
há um homem que julga ter pernas infinitas
afastado da sujeira da terra, do fértil e de um lugar
Dentro de mim
mora uma mulher que chora todos os dias por ser ela
ela como as ondas que naufragam sem rebentar
E dentro de mim
vive um miúdo carregando dois potes vazios de amar.
Dentro de mim
há um homem que julga ter pernas infinitas
afastado da sujeira da terra, do fértil e de um lugar
Dentro de mim
mora uma mulher que chora todos os dias por ser ela
ela como as ondas que naufragam sem rebentar
E dentro de mim
vive um miúdo carregando dois potes vazios de amar.
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escritofrenia
domingo, 26 de dezembro de 2010
Awesome fucking Christmas
- Um kit profissional de poker
- Um livro do meu escritor de crónicas português favorito
- Um piano flexível
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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
It's Christmas time and we got the spirit
Feliz Natal e coisas.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº467)
Hoje, numa fila causada pelo trânsito de hora de ponta, apercebi-me que não me custa tanto ficar à espera numa fila desde que não seja o último dessa fila. O mesmo no supermercado ou em qualquer outra ocasião em que tenha de pacientemente esperar por outros indivíduos. Conforta-me ligeiramente ter alguém atrás de mim que está para todos os efeitos numa situação pior/mais atrasada.
Apercebi-me também que, como eu me sinto com as filas, é como muita gente se deve sentir com a vida. Custa-lhes menos desde que tenham alguém atrás deles que possa ver que eles estão numa posição melhor. São o tipo de pessoas que eu chamo de filhos da puta (o que é injusto para as prostitutas).
Descobri portanto que sou um bocado filho da puta. Mas pelo menos é só em filas.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Confessor (you wouldn't know what to do with me)
Sinto pena de todas as raparigas/mulheres que alguma vez se apaixonaram por mim. Principalmente porque nem sequer dei por maior parte delas se não até muito mais tarde. Mas pelo menos ficaram todas elas a saber quão baixa era a sua auto-estima para se terem apaixonado por mim em primeiro lugar.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº466)
Ocorreu-me que mesmo que melhore em breve, podia fazer de conta que permaneço doente só para não ter de fazer de todo as compras de Natal que negligenciei fazer até agora.
Rotina de doente
- Acordar. Perceber que ainda estamos doentes e praguejar contra todas as divindades que se conhecem.
- Desejar morrer.
- Levantar da cama
- Desejar morrer novamente.
- Tropeçar pela casa para tentar arranjar algo que comer e encontrar um pacote de lenços por usar, talvez até fazer um chá não porque achamos que adiante algo mas porque estamos desesperados e toda a gente diz que o chá faz bem mesmo que toda a gente saiba que é treta porque quando eles estiveram doentes também estavam desesperados e tinham gente a dizer-lhes que chá fazia bem.
- Ir à casa-de-banho apenas quando estamos quase a rebentar porque levantar da cama para coisas supérfluas como necessidades biológicas primárias é um luxo a que apenas gente saudável se pode dar.
- Os remédios que diminuem os sintomas da gripe começam a fazer efeito e entra-se num delírio megalómano; pensamos que já podemos fazer as coisas que realmente queremos fazer e assim que tentamos quebrar a rotina de doente percebemos que fomos ludibriados e não existe bondade no universo.
- Voltar para a cama.
- À volta da cama só há lenços usados. Recorrer às mangas do pijama.
- Ver filmes que nunca chegámos a ver por "falta de tempo".
- Lembrarmo-nos que a razão pela qual nunca chegámos a ver os tais filmes era porque não eram grande coisa para começar. Vê-los à mesma porque qualquer outra distracção parece inútil de qualquer das formas. Além do mais estás doente, mereces é afundar-te na miséria e tens sorte de não estar a dar nenhum filme lamechas com o Richard Gere na televisão.
- Novo mantra: "Estar doente é um tédio, estar doente é um tédio, estar doente é um tédio".
- Decidir tomar uma pequena sesta, pode ser que a doença desapareça por magia quando acordarmos ou que pelo menos nos sintamos melhor.
- Acordar pior que nunca. Desejar morrer.
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Sinatra Blue
Estou doente e completamente só. Lá fora chove e faz frio. Aproveitaria para escrever mas não me consigo concentrar na tarefa. Mas o Bon Iver reconforta-me um bocadinho.
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº465)
Não sei o que é que o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes tem de tão especial. Eu desde que fiquei doente faço o milagre a multiplicação do ranho; por mais que assoe há sempre o dobro à espera logo a seguir. Não devia ser possível um mísero mortal produzir tanta viscosidade.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Piadas secas que me aumentam a febre
Por telefone, a propósito de estar doente
Eu - Epá, eu queria era já estar bom amanhã.
D - Não, amanhã sentes-te só melhor. Mas Domingo és capaz de já estar bom.
Eu - Espero que sim. Meu, eu em sumo já ingeri o equivalente a oito laranjas para ver se sobrecarrego o meu corpo com vitamina C e esta merda passa.
D - Ainda morres é de Cêrrose.
Eu - . . .
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Christmas time with the common cold
Estou podre de doente e aproxima-se o Natal e vou mas'é passar o dia a beber sumo de laranja e a drogar-me porque estou farto desta merda.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Escrita = Sexo
De conversa com o D, foi mais ou menos assim
D - ... Não te vou contar agora o que escrevi porque assim perde pouca piada que pode ter, mas depois quando leres percebes.
Eu - É como se me fodesses.
D - ?!...
Eu - Queres manter o suspense da coisa. Em vez de me dizeres ao ouvido "Agora vou-te tocar aqui; Agora enfio-te isto naquilo e depois faço-te o outro" preferes surpreender-me mesmo que no fim não goste.
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I journey through the desert of the mind with no hope
Hoje estou numa de fazer nada, mas se estivesse numa de fazer alguma coisa queria era ter uma bateria no meu quarto e coordenação suficiente para a tocar.
domingo, 12 de dezembro de 2010
Dia de supermercado
Ontem, depois de comprar os ingredientes para o jantar, fui com a minha namorada à zona dos brinquedos para ver se nos surgiam deias do que oferecer aos meus sobrinhos pelo Natal. Deparámo-nos com isto.
Uma boneca da Floribela com uma expressão de plástico que ameaça absorver-nos a alma.
Para tentar atenuar o trauma decidimos ir à zona dos licores e depois demos de caras com isto.
Fomo-nos embora do supermercado sem brinquedos e sem licor.
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Just a little attention attractor
Quando crescer quero ser artista.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Já que se anda a falar de assédio sexual...
Não querendo menosprezar a importância do problema em si nem invocar uma dúzia de comentários furiosos, devo admitir que há algumas mulheres que por vezes me fazem pensar que a diferença entre romance e assédio sexual reside algures entre o homem em questão ser atraente ou não.
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Onde se compra?
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O princípio do fim
Hoje vi o princípio do fim.
Quando comecei a fumar a sério já tinha 18 anos. Idade para ter juízo, diziam-me; mas fumar na altura apresentou-se como uma espécie de salvação. Era uma forma de me obrigar a sair do meu quarto e da minha casa, nem que fosse só para comprar tabaco ou fumar um cigarro à pressa. Era também uma forma de me obrigar a ter de falar com alguém mesmo que fosse só para dizer "Era um JPS preto, se faz favor".
Ao mesmo tempo, dava-me algo que fazer. Tinha algo com que ocupar as mãos enquanto falava com colegas ou raparigas e isso mais a pequena pedrada de nicotina ajudavam-me a mascarar o meu nervosismo e os meus maneirismos que eu sentia fazerem as outras pessoas acharem-me bizarro. Além do mais, todas as pessoas cool que eu algum dia quis ser fumavam ou tinham fumado numa altura ou noutra, de músicos a poetas e escritores e até mesmo personagens de cinema. Tinha como esperança que o bafo do cigarro me transferisse propriedades que nunca tinham sido minhas: a auto-confiança de um par de pulmões moribundos por escolha e o descanso de mandar tudo à merda "A saúde que se lixe, não quero chegar a velho nesta porcaria de mundo". Talvez por isso fosse, durante a minha infância e início de adolescência, a marca dos rapazes - e principalmente das raparigas - que me assustavam e fascinavam ao mesmo tempo. Deixei de ver uma distinção entre medo e desejo, talvez porque sejam a mesma coisa.
Senti, por isso, alguma surpresa quando vi hoje um rapaz por volta dos seus 18 anos a comer uma laranja na rua. Era relativamente atraente e tinha o ar cool de quem está dentro da moda da sua geração mas que se está a cagar para o que é moda ou a sua geração. Encostado ao carro, telemóvel sufocado entre ombro e orelha, descascando a pele feia da laranja com as mãos e comendo-a gomo a gomo. O que foi estranho para mim é que o cenário teria toda a coerência se a laranja fosse substituída por um cigarro. Mas o tolo esbelto e saudável parecia não ter tal vontade. Afinal de contas, quem é que ele pensa que é?
Já se passaram alguns anos e entretanto fumar tornou-se um daqueles vícios que tenho dificuldade em controlar. É uma benção para todas as ocasiões. Quando ouço uma boa música, acendo um cigarro. Quando bebo um bom licor, acendo um cigarro. Quando estou na merda acendo um cigarro. Quando estou nervoso acendo um cigarro. E quando estou a relaxar, que se lixe, acendo outro. Já não se trata do circunstancial abandono niilista ou do aspecto suavizado que me pode dar, tornou-se algo que faz tão parte de mim como qualquer outra das minhas características.
Senti, por isso, alguma surpresa quando vi hoje um rapaz por volta dos seus 18 anos a comer uma laranja na rua. Era relativamente atraente e tinha o ar cool de quem está dentro da moda da sua geração mas que se está a cagar para o que é moda ou a sua geração. Encostado ao carro, telemóvel sufocado entre ombro e orelha, descascando a pele feia da laranja com as mãos e comendo-a gomo a gomo. O que foi estranho para mim é que o cenário teria toda a coerência se a laranja fosse substituída por um cigarro. Mas o tolo esbelto e saudável parecia não ter tal vontade. Afinal de contas, quem é que ele pensa que é?
Já se passaram alguns anos e entretanto fumar tornou-se um daqueles vícios que tenho dificuldade em controlar. É uma benção para todas as ocasiões. Quando ouço uma boa música, acendo um cigarro. Quando bebo um bom licor, acendo um cigarro. Quando estou na merda acendo um cigarro. Quando estou nervoso acendo um cigarro. E quando estou a relaxar, que se lixe, acendo outro. Já não se trata do circunstancial abandono niilista ou do aspecto suavizado que me pode dar, tornou-se algo que faz tão parte de mim como qualquer outra das minhas características.
Talvez comer laranjas na rua seja a marca da gente da cena do futuro. É mais saudável, a casca que cai para o chão é biodegradável, e não incomoda quem está à volta à excepção de uma ou outra ejaculação cítrica causada por demasiada pressão no fruto. Mas eu, como sempre apreciei os clássicos, vou permanecer fiel aos cigarros por agora. Além do mais, que quero eu saber das modas ou das novas gerações?
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Matar o vício
Acho que isto da arte minimalista foi feito para mim, visto que parece ser fruto natural de uma combinação de preguiça e falta de talento.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
O dilema
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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº464)
sábado, 4 de dezembro de 2010
It's a battle, not a war
Relações entre duas pessoas com baixa auto-estima implica que se magoem um ao outro tentando não se magoar um ao outro.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº463)
5 anos na universidade. Formação suficiente para fazer biscates.
P.S. - Também sei fazer ovos escalfados.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº462)
Foi preciso a morte feia e violenta de 5 ovos mas finalmente consegui fazer um ovo escalfado. Vou passar o resto da semana a dar-me palmadinhas nas costas.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Pinóquio
À chegada do Inverno não havia Terça-Feira à noite em que não morresse. Às vezes um copo de whisky gelava-lhe os dedos mas cobria a base do estômago como um pontapé de existencialismo; Porque enquanto não cheirasse a sexo não seria de verdade - só quando não pudesse escapar do cheiro a sexo se sentiria real. Aprendera com o pai.
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terça-feira, 30 de novembro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº461)
Dica para o futuro: Quando cozinhar com molho piri-piri devo lembrar-me de não lamber os dedos.
I'm made of bones of the branches the boughs and the brow-beating light
O solipsismo é a maior das drogas e o maior dos abismos. E às vezes parece a única solução.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Como conheci as mulheres
Cresci numa rua sossegada nas imediações da cidade, escolhida sem dúvida pelos várias pequenos confortos que oferecia como a proximidade de um infantário e de uma escola primária, para não mencionar o café situado apenas duas casas abaixo, no qual os meus pais podiam de forma rápida e conveniente comprar tabaco a qualquer hora. Os vizinhos, na sua maioria, eram pacatos ao ponto de nos permitirem que nos esquecêssemos da sua existência - uma falha mnésica bem-vinda por todos como parte da etiqueta comum do dia-a-dia da comunidade.
Como consequência, o típico dia da minha infância sufocava em não-eventos. A banalidade da segurança que me rodeava e as condições que me eram dadas não me permitiam vivenciar algumas coisas que mais tarde viria a desejar. Fui além do mais uma criança tardia, nascido consideravelmente após o apogeu da juventude dos meus pais, pelo qual a sua ausência de vivacidade convidava à limitada demonstração da exuberância energética de uma pequena criatura sem as preocupações de um adulto e sob o efeito anfetamínico de uma boa dose de açúcar. Vivia também com uma das minhas irmãs, mas tornara-se óbvio desde cedo que a década que separava as nossas concepções limitava em grande medida a partilha de interesse nas mesmas actividades. No entanto, nos dias em que as suas crises de adolescência revertiam para o seu menor índice comum, tinha suficiente bondade para tentar brincar comigo; e se ela estivesse de muito bom humor poderia até obsequiar-me com a honra de me apresentar às suas amigas (filhas únicas) com o propósito de lhes meter inveja por ter um irmão mais novo. Por vezes, para atingir esse propósito, chegava até a levar-me a passear e, como num concurso de cães de elevado pedigree, desfilava-me perante jovens mulheres cobertas de acne que elogiavam o quão querido e/ou fofinho eu era, desconhecendo por completo a minha tendência anarquista de estragar todos os objectos preciosos da adolescência da minha irmã e que ela armazenava no seu quarto que deveria estar fora de limites.
Apesar da descarada exploração à qual era submetido, estas foram as minhas primeiras realizações sobre a importância de ser um objecto de desejo das mulheres. Lembro-me de uma das suas amigas em particular (lembro-me dela como sendo a mais bonita) comentar de forma bastante agradável os meus olhos bonitos e como eu era charmoso e haveria de partir muitos corações quando tivesse idade para isso.
Infelizmente para mim na altura, os períodos em que a minha irmã arranjava um namorado tornavam-se mais solitários devido à aparente propriedade super-magnética dos orifícios orais dos indivíduos em questão. As actividades desportivas não se apresentavam como uma verdadeira opção devido a problemas físicos que me haviam sido impostos desde a nascença - segundo os médicos não tinha nascido para correr e até o simples acto de andar comportava algumas (se bem que ligeiras) preocupações. E como havia uma admirável ausência de crianças da minha idade na zona em que vivia, passava portanto os dias a brincar sozinho, a ver televisão e a criar estórias e mundos na minha imaginação. Todos estes factores culminaram no desenvolvimento de uma criança introvertida e "sensível", para não dizer estranha. Quando entrei no infantário continuei a sentir-me só; não sabia muito bem o que fazer com as outras crianças e as outras crianças também não sabiam o que fazer comigo. Penso que alguns adultos também não sabiam como haveriam de lidar comigo, começando desde cedo a minha tendência em deixar as pessoas em geral desconfortáveis.
O meu pai, vários anos mais tarde, acharia de bom tacto confessar-me casualmente durante um jantar de Natal em família a sua longa preocupação com a minha fraca manifestação de comportamentos tipicamente masculinos como os outros rapazes da minha idade, tais como o interesse em futebol, carros e a destruição ou roubo da propriedade dos vizinhos/escola. Ele tinha vivido a minha infância com o medo de que a minha "sensibilidade" se tornasse em "mariquice". A culpa terá sido parcialmente minha por ter negligenciado mencionar os longos e precoces desejos suscitados pela forma feminina e pela ideia de uma mulher, desejos que me atormentavam por não estar fisica ou realisticamente capaz de actuar sobre eles. Mas em minha defesa é preciso dizer que essa partilha de informação se tornara desnecessária pois através das quantidades indiscriminadas de programas de televisão e de filmes a que assistia eu já sabia porque é que a minha pila crescia e para o que ela haveria de servir um dia se eu tivesse sorte. Além do mais, a minha terrível timidez impedia-me de confessar tamanha crueza carnal a qualquer um dos meus pais.
Como consequência, o típico dia da minha infância sufocava em não-eventos. A banalidade da segurança que me rodeava e as condições que me eram dadas não me permitiam vivenciar algumas coisas que mais tarde viria a desejar. Fui além do mais uma criança tardia, nascido consideravelmente após o apogeu da juventude dos meus pais, pelo qual a sua ausência de vivacidade convidava à limitada demonstração da exuberância energética de uma pequena criatura sem as preocupações de um adulto e sob o efeito anfetamínico de uma boa dose de açúcar. Vivia também com uma das minhas irmãs, mas tornara-se óbvio desde cedo que a década que separava as nossas concepções limitava em grande medida a partilha de interesse nas mesmas actividades. No entanto, nos dias em que as suas crises de adolescência revertiam para o seu menor índice comum, tinha suficiente bondade para tentar brincar comigo; e se ela estivesse de muito bom humor poderia até obsequiar-me com a honra de me apresentar às suas amigas (filhas únicas) com o propósito de lhes meter inveja por ter um irmão mais novo. Por vezes, para atingir esse propósito, chegava até a levar-me a passear e, como num concurso de cães de elevado pedigree, desfilava-me perante jovens mulheres cobertas de acne que elogiavam o quão querido e/ou fofinho eu era, desconhecendo por completo a minha tendência anarquista de estragar todos os objectos preciosos da adolescência da minha irmã e que ela armazenava no seu quarto que deveria estar fora de limites.
Apesar da descarada exploração à qual era submetido, estas foram as minhas primeiras realizações sobre a importância de ser um objecto de desejo das mulheres. Lembro-me de uma das suas amigas em particular (lembro-me dela como sendo a mais bonita) comentar de forma bastante agradável os meus olhos bonitos e como eu era charmoso e haveria de partir muitos corações quando tivesse idade para isso.
Infelizmente para mim na altura, os períodos em que a minha irmã arranjava um namorado tornavam-se mais solitários devido à aparente propriedade super-magnética dos orifícios orais dos indivíduos em questão. As actividades desportivas não se apresentavam como uma verdadeira opção devido a problemas físicos que me haviam sido impostos desde a nascença - segundo os médicos não tinha nascido para correr e até o simples acto de andar comportava algumas (se bem que ligeiras) preocupações. E como havia uma admirável ausência de crianças da minha idade na zona em que vivia, passava portanto os dias a brincar sozinho, a ver televisão e a criar estórias e mundos na minha imaginação. Todos estes factores culminaram no desenvolvimento de uma criança introvertida e "sensível", para não dizer estranha. Quando entrei no infantário continuei a sentir-me só; não sabia muito bem o que fazer com as outras crianças e as outras crianças também não sabiam o que fazer comigo. Penso que alguns adultos também não sabiam como haveriam de lidar comigo, começando desde cedo a minha tendência em deixar as pessoas em geral desconfortáveis.
O meu pai, vários anos mais tarde, acharia de bom tacto confessar-me casualmente durante um jantar de Natal em família a sua longa preocupação com a minha fraca manifestação de comportamentos tipicamente masculinos como os outros rapazes da minha idade, tais como o interesse em futebol, carros e a destruição ou roubo da propriedade dos vizinhos/escola. Ele tinha vivido a minha infância com o medo de que a minha "sensibilidade" se tornasse em "mariquice". A culpa terá sido parcialmente minha por ter negligenciado mencionar os longos e precoces desejos suscitados pela forma feminina e pela ideia de uma mulher, desejos que me atormentavam por não estar fisica ou realisticamente capaz de actuar sobre eles. Mas em minha defesa é preciso dizer que essa partilha de informação se tornara desnecessária pois através das quantidades indiscriminadas de programas de televisão e de filmes a que assistia eu já sabia porque é que a minha pila crescia e para o que ela haveria de servir um dia se eu tivesse sorte. Além do mais, a minha terrível timidez impedia-me de confessar tamanha crueza carnal a qualquer um dos meus pais.
Não, o meu destino era sofrer as minhas frustrações em silêncio e olhar com admiração para as personagens do ecrã e pensar que um dia também poderia viver tudo o que não me era permitido.
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sábado, 27 de novembro de 2010
Raparigas hippies elucidem-nos
A propósito de uma rapariga com rastas que vimos num bar
D - As rastas são fofas, sabes?
Eu - Já tocaste num cabelo com rastas, é?
D - Sim e são fofas.
Eu - Pois, mas não parecem. Que me lembre também nunca farfalhei em rastas.
R - "Farfalhaste"?!
Eu - Existe e não é porco. Vai ver ao dicionário.
D - Eu farfalho, tu farfalhas, ele farfalha...
Já dentro de outro bar
R - Então e a propósito de raparigas com rastas, tu nunca te perguntas...?
D - O quê?
R - É que eu fico sempre com curiosidade. Se aquilo lá em baixo também tem rastas.
D - Epá... raios ta partam.
Eu - Rasta partam, R.
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº460)
degradação, s. f.; de.gra.da.ção; do latim degradatĭo, -ōnis. Quando eu e os meus amigos reconhecemos mulheres através da fisionomia do seu posterior, ex:
- Aquela era a *****?
- O rabo parecia ser o dela.
- Pois.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Pensamentos Divergentes (nº169)
Vem fazer guerra comigo na cama meu amor.
Lá fora chove e morrem de fome e de frio;
Nós ficamos a morrer um no outro
À procura de vida no vácuo.
I might lose my mind
O problema da líbido é que nunca se domestica. A única coisa a fazer com ela é guardar numa jaula e alimentá-la apenas o suficiente para que não morra. E ela do outro lado da jaula a olhar para nós cheia de fome.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº459)
Hoje, pela primeira vez na minha vida, vi ao vivo um senhor com um bigode à Hitler. É como perder a virgindade só que mais memorável.
One day
Música de encorajamento para amigos que se sintam na necessidade disso.
domingo, 21 de novembro de 2010
Estou de volta
Fodê-la era como fumar má erva. A moca que conquistava não compensava as mágoas que arrastava por trás; enquanto a comia por trás. Mas uma mulher que faça bons broches fica para sempre com os seus homens, quer os queira quer não. Não que os guarde como bens preciosos, acumulam-se da mesma forma que se acumula areia no corpo só de ir à praia.
Ainda assim ela tinha algo que dava vontade de foder. Aquelas pernas que lhe nasciam do ventre e o traziam ao retorno. Aquelas pernas que tanto tinham provado e que manchavam a calçada das ruas com a merda da sedução - e ela continuando a andar como se nem se apercebesse da bruxaria ímpia que os seus saltos altos praticavam à vista de todos.
Por isso só a queria foder por trás. Para não ter de ver aquela cara de quem lhe tinha vencido ao jogo.
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sexta-feira, 19 de novembro de 2010
BRB
Fim-de-semana em Lisboa para mudar de ares.
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terça-feira, 16 de novembro de 2010
Under the brush this year
Sinto-me em baixo.
Desconfio que não tenho jeito para isto do romantismo
Depois de um longo beijo de despedida quando a deixei à porta de casa
Ela - Adoro os teus lábios.
Eu - Quando morrer podes cortá-los e ficas com eles.
Ela - Que horror, que mórbido! Boa noite.
Ela - Adoro os teus lábios.
Eu - Quando morrer podes cortá-los e ficas com eles.
Ela - Que horror, que mórbido! Boa noite.
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domingo, 14 de novembro de 2010
Plumtree
Estavamos a ver o filme do Scott Pilgrim (que a propósito está genial) e fizeram comparações comigo e a personagem principal.
Primeiro:
R - É como tu.
Eu - Cala-te.
Depois de um bocado:
Ela - É igual a ti.
Eu - FUCK OFF!
R - É como tu.
Eu - Cala-te.
Depois de um bocado:
Ela - É igual a ti.
Eu - FUCK OFF!
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sábado, 13 de novembro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº458)
Esta noite tive de dormir umas horas no meu carro porque bebi demais para estar em condições de conduzir.
O meu carro é mais pequeno do que alguma vez tinha reparado.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº457)
Vi esta publicidade num dos meus websites favoritos e sem querer perpetuar estereótipos e insinuar que a forma de chamar a atenção dos homens é com mulheres bonitas e sedutoras e não com retratos da época vitoriana, vou apenas comentar que a única forma de esta publicidade funcionar é se o produto estiver dirigido a mórmones ou a homossexuais demasiado empenhados em manterem-se dentro do armário.
Olha o que eu também não sei fazer
Tenho passado os dias a aprender técnicas novas na guitarra e comecei agora a tentar romancear um violino porque não descanso enquanto não for mediocre com todos os instrumentos em que consiga por as mãos ou até que os meus vizinhos me apresentem um abaixo-assinado para me expulsarem do bairro.
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quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Foda-se! (nº 53)
Devido às constantes acusações de que sou vítima, vi-me obrigado a pesquisar na internet e a mostrar ao D várias definições de Hipster para provar a minha inocência.
A internet está toda contra mim.
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terça-feira, 9 de novembro de 2010
Just as soon as they are crossed
Nos últimos dias tenho andado a ouvir música da minha adolescência e tenho pensado se alguma vez se resolvem por completo os tais problemas de auto-estima. Ou então são os problemas de coração que nunca se resolvem por completo. Ou se calhar os dois são a mesma coisa para algumas pessoas.
domingo, 7 de novembro de 2010
Pensamentos Divergentes (nº168)
Não farás com que me desdoa a rotunda encravada do meu sexo
A monótona monogamia das palavras entornadas
Não me farás perplexo de amor
a loucura de não ter beijos sem retorno
ou uma cama sem ardor
Não são para mim essas ruas que me chamam à razão
onde tantos outros desaventurados perderam
o brilho e a euforia do abandono.
Mas eu vi.
Eu vi nos teus lindos olhos o dom da dor e o tom da desilusão
E em olhos desses não sou senão uma criança
sem norte
incapaz de ser forte
e sem tesão
Teus olhos maternos congelam-me a frieza
deixando-me apenas a incerteza
da minha tua nossa compaixão.
Pensamentos Divergentes (nº167)
Segura na mão teu embaraço com paixão.
Ergue como uma bandeira as tuas derrotas,
os caminhos errados e as ruas tortas,
E cospe a glória da tua honesta história
na cara de quem tem por fé fazer de ti algo que ninguém é.
E se alguém fizer questão de te lembrar da tua condição
aceita com orgulho o obrigatório senão:
No reino dos falhados há que ter em consideração
que qualquer filho da puta também é teu irmão.
sábado, 6 de novembro de 2010
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Não tenho a certeza se é com C ou S
Invento palavras durante os meus sonhos. Hoje acordei com a frase "Isto é tudo muito monocíspico"
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domingo, 31 de outubro de 2010
WHERE MY BROMIES AT?
Eu tenho bromies e não há vergonha nenhuma nisso.
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sábado, 30 de outubro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº456)
Nota pessoal: Sempre que estiver com uns copos a mais, o melhor sítio para ir é para um bar rasca que tenha um poste metálico na sala em que qualquer entidade embriagada possa fazer um show de strip.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Telecomandado
Irritar a minha sobrinha com perguntas infindáveis é dos meus passatempos favoritos
Eu - O que vais oferecer ao teu irmão pelos anos?
Sobrinha - Um carro teclado e uma bola.
Eu - Um carro teclado? Que é isso?
Sobrinha (exasperada com a minha burrice) - UM CARRO QUE ANDA COM AS TECLAS DE UM COMANDO.
Eu (risos)
Eu - O que vais oferecer ao teu irmão pelos anos?
Sobrinha - Um carro teclado e uma bola.
Eu - Um carro teclado? Que é isso?
Sobrinha (exasperada com a minha burrice) - UM CARRO QUE ANDA COM AS TECLAS DE UM COMANDO.
Eu (risos)
Foda-se! (nº 51)
E depois o estúpido sou eu por ainda não ter criado conta no Facebook.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Indie boys are neurotic
Todos os dias a partir do momento em que acordo sinto-me uma merda, mental e fisicamente. Aguardo pacientemente a altura em que a carruagem da montanha russa decida ascender.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Pensamentos Divergentes (nº166)
Trava com os dedos a luxúria que lhe passa nos cabelos.
As palavras podres de uso caem-lhe dos lábios em fios de orvalho
(lubrificante para a alma), limpa-se à outra carne
e cospe em migalhas a honesta pornografia que lhe torturou o peito.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Ok, assim gosto mais
Sonhei que viajava para as florestas da América do Sul e no meio do arvoredo encontrava templos Incas ou Maias nunca antes descobertos (sempre quis ser o Indiana Jones) e voltava a casa com uma mochila cheia de pedregulhos de ouro gigantescos.
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segunda-feira, 25 de outubro de 2010
"Sou um mutante!"
No primeiro quadrado desenhei os tentáculos bem mais pequenos do que são na verdade mas sou preguiçoso e não me apeteceu repetir o desenho porque não gosto de desenhar línguas, processem-me.
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domingo, 24 de outubro de 2010
Bless those who've sickened below and bless us who have chosen so
Dedicado a todos os neo-românticos que gostam de pensar e de remoer na sua própria miséria.
A Letra T
Tínhamos os rostos flagelados por acne. Roíamos as unhas das mãos - alguns de nós ainda o fazem - e segurávamos o nosso amor nos dedos em fisga atrás das costas - alguns de nós não aprenderam a deixar de o fazer. Vestia sempre roupa larga demais para o meu corpo, sentia-me mais confortável na hipótese de me esconder nos folhos de tecido que torpemente sobressaiam da minha figura. Escrevia-me num caderno privado e apaixonava-me por alguém todos os dias, quer esse alguém existisse ou não - tinha desgostos de amor todos os dias. Nunca deixava de me sentir miserável e horrível e há dias em que sinto falta disso tudo.
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Help me, Ghost Rider!
Hoje é outra vez dia de ir andar de bicicleta depois de passar uma noite a beber cerveja e vinho e a fumar como um estupor. Ai.
Pequena actualização: Vomitei a meio do caminho. Thanks for NOTHING, Ghost Rider.
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Coisas Que Um Gajo Coiso (nº455)
Sabem quando vocês conhecem uma pessoa com a qual costumavam ir beber café e jantar e até, por vezes, tocar umas canções e que agora lançou um medíocre CD que está algures no topo das vendas nacionais enquanto que vocês estão sozinhos no mesmo quarto de sempre, em roupa interior, a tocar miseravelmente os mesmos acordes de sempre numa guitarra?
Pois.
Remando contra a maré
Fechei as portas à razão, à compreensão das coisas que parecem importantes no dia-a-dia. Bebo de mais por vezes, é certo; e é certo que por vezes me faz sentir melhor. Só porque é mais fácil não sentir se não a luz incerta e fugidia de uma noite mais brilhante pela confusão cerebral da pequena sanidade que vem com o alcóol. O facilitismo de viver o momento e não me preocupar com quem está à minha volta; com quem posso encontrar, com quem me possa reconhecer e caçar o coração até aos becos da vergonha. São as chamadas neuroses que me fazem temer de cada passo que dou na rua, de cada pedaço de mim que mostro a um outro e que domestico com os meus vícios que vou matando e reincarnando. A segurança de "Se me dei mais a alguém do que convinha é porque não estava sóbrio". E por vezes chego a casa do bar e apetece-me gritar o meu nome, contar a toda a gente só para me livrar deste pseudo-anonimato que mantenho para ter fragilmente equilibrada a privacidade do meu sentir, nem que seja para me livrar por outro lado do peso da farsa que em mim despejo a cada hora do dia.
Sou blogger anónimo, poeta sem que se saiba. Sou humano contragosto e espião perito em máscaras frágeis. Tudo por medo de quem sou e de, um dia destes, me ver confrontado comigo mesmo quando alguém me mostrar enrolado nas suas mãos.
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sábado, 23 de outubro de 2010
2 anos de blog
Este blog faz hoje dois anos! Dois anos a fazer a mesma treta dia após dia! Foda-se!
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
I can't believe I have to face the horror of another fucking day
A música diz tudo, my life is pretty sad e a inércia da depressão não desaparece.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Sou prático
Ela chegou a minha casa e demorou tempo a reparar na nova adição.
Ela - Então, tudo bem?
Eu - Sim. E como correu hoje?
Ela - Ora...
Eu - ...
Ela - ... O que é isto?
Eu - É outro monitor para o computador...
Ela - E ficas com dois?
Eu - Posso usar ao mesmo tempo. Assim posso fazer aqui as minhas coisas enquanto tu vês também alguma série que gostes e posso também estar a trabalhar num monitor enquanto vejo coisas no outro.
Ela - ... Tu és tão nerd.
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17 razões para o suicídio
Ele dormia ao lado dela - um gajo qualquer que tinha conhecido no bar na noite anterior. Olha com nojo para os pelos grossos e feios que lhe enfeitam os nós dos dedos das mãos e tenta lembrar-se se na noite anterior, no furor alcoólico e semi-libidinoso, também lhe tinham metido nojo. Chamava-se João ou Jorge ou Joaquim ou qualquer nome banal desse género e ainda por cima ressona. Lembrou-se que sim, tinha reparado nos pelos dos dedos e a tinham repugnado mas isso não lhe interessava ontem. Pegou num cigarro, roubado do bolso do casaco dele, e acendeu-o pensando Mata mas pelo menos não engorda. O telemóvel na mesa de cabeceira - dezassete chamadas não atendidas, todas da mãe. Foda-se.
Só queria um homem que soubesse lamber cona e ler-lhe o coração. E (já agora que decidiu sonhar) que não fosse casado. Um que ficasse ou, pelo menos, que ela quisesse que ficasse. Não podia ser tão difícil assim, o fedor a whisky e a sexo rápido e os remorsos do dia seguinte. Merda para eles, para todos eles. Que morram agarrados à pila.
Tomou o primeiro comprimido desse dia.
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"Sometimes that's just how it is"
Isto da clareza na retrospectiva e de encontrar respostas para o nosso presente no nosso passado costuma ter resultados incómodos.
Fuck it.
A invasão dos robôs está para breve e vão-nos matar a todos com música pop anasalada e coreografias embaraçosas
A única coisa mais estranha que os meus sonhos marados é o Japão inteiro. Ninguém vence contra o Japão.
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segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº454)
"Devo-me estar a tornar num verdadeiro homem adulto pois cada vez gosto mais das raparigas universitárias."
Flashbacks de Conversas Passadas (nº24)
Veio-me isto ao vestir uma t-shirt que não usava há anos. Uma colega minha estava isolada a fumar.
Eu - Estás bem? Estás aqui neste canto sozinha e o resto do pessoal todo ali.
Colega - Não me apetece.
Eu (olhando para trás) - Hm, percebo.
Colega - Foste a única pessoa a preocupares-te com isso e a vir falar comigo.
Eu (silêncio)
Colega (entre bafos do cigarro) - Não te imaginava com uma t-shirt dessas.
Eu - Como assim?
Colega - É uma t-shirt de malandro.
Eu (olhando para a t-shirt) - É só o desenho da cabeça de uma rapariga...
Colega - Sim, mas nota-se bem nos olhos dela aquilo que ela quer.
Eu - Estás bem? Estás aqui neste canto sozinha e o resto do pessoal todo ali.
Colega - Não me apetece.
Eu (olhando para trás) - Hm, percebo.
Colega - Foste a única pessoa a preocupares-te com isso e a vir falar comigo.
Eu (silêncio)
Colega (entre bafos do cigarro) - Não te imaginava com uma t-shirt dessas.
Eu - Como assim?
Colega - É uma t-shirt de malandro.
Eu (olhando para a t-shirt) - É só o desenho da cabeça de uma rapariga...
Colega - Sim, mas nota-se bem nos olhos dela aquilo que ela quer.
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"AAAAAH!"
Sonhei que cantava a música One of My Turns dos Pink Floyd com gajos da direita conservadora, conhecidos da minha adolescência, que encontrei na rua. Só que a letra da música estava alterada e começaram a cantar sobre o meu maço de tabaco que subitamente se transformou num pequeno pacote com azeite. Apresentaram-me também a sua avó que tinha começado agora a praticar Tae Kwon Do.
A minha cabeça odeia-me.
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domingo, 17 de outubro de 2010
Apetece-me fumar mas acho que não sou capaz
18 km de bicicleta, cortes na perna direita, e piquenique sob olhares de estranheza.
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Everything is exactly right when I come around here drunk everynight
Sinto-me tão melhor quando bebo.
sábado, 16 de outubro de 2010
Assaltos
Eu e a minha irmã vamos visitar a nossa avó, tentar levantar a poeira que ela deixa assentar nos ossos velhos. Arrancamo-la do sótão da miséria e convencemo-la, apesar dos protestos, a ir para um café nas redondezas. Arranjamos um lugar na esplanada. Está bom tempo mas ninguém habita o exterior do café. Ofereço-me para ir buscar as coisas - um café para mim, uma água das pedras (natural) para a minha irmã, e um garoto para a minha avó; não me lembro da última vez que a minha avó bebeu um garoto, só quando eu próprio era muito miúdo. É uma boa desculpa para me ausentar e as deixar a falar um bocado, sempre fui o elemento da família sem talento para conversa de circunstância.
Espero no balcão. A dona do café está na cavaqueira com um dos clientes habituais, conversam sobre roubos e assaltos. O homem queixa-se que nesta cidade nem os ladrões sabem o que fazem, partem vidros de casas para as assaltar, cortam-se e têm de chamar o INEM. É o problema desta cidade, o tédio e o solipsismo é tal que os cidadãos se queixam da incompetência dos ladrões.
Finalmente a dona do café aceita a minha fastidiante existência. Um café, uma água das pedras (natural) e um garoto. Não abandona a conversa, move-se contra a vontade do ar que a rodeia como se a atmosfera fosse manteiga. Passo 10 minutos, que mais parecem 30, controlando o meu temperamento enquanto preguiçosamente faz cada pequena tarefa, sem se desconcentrar do tema de conversa e sem retirar os olhos do cliente que mais a entretém de momento. Eles a falar de roubos e assaltos e a roubarem-me a mim tempo de vida e a assaltarem-me a paciência. A minha irmã estranha a demora e procura uma explicação através do contacto visual, que é apenas contaminado com a minha irritação efervescente.
Mais um café nesta cidade onde eu não volto a por os pés.
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Costume
No bar do costume
D - Que é que se passa contigo? 'Tás estranho.
Eu (após ponderação) - Define estranho.
D - Não sei. Parece que estás na espectativa de alguma coisa. Mas aborrecido ao mesmo tempo.
Eu - Isso é o normal.
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Still get by
Socorro, não consigo parar de ouvir.
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Until you can feel it
Hoje é para tentar sair desta vala em que me meti.
"A stare that pounds my brain"
Sabem aquele puto do Clube dos Poetas Mortos que tem uma insegurança tremenda e paralisante de partilhar a sua poesia com os outros por medo do que eles possam pensar dele?
É.
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Foda-se! (nº 51)
No MSN a falar sobre exercício
B - Eu tenho que arrastar a minha mesa da sala p'ro lado p'ra ginasticar.
Eu - Vem ginasticar! Ginasticar! É bom ginasticar!
B - Eu tenho essa musica no meu iPod p'ra correr.
Eu - ... Vês porque é que somos amigos?
B - Porque somos os dois neuróticos?
Eu - Foda-se.
B - Eu tenho que arrastar a minha mesa da sala p'ro lado p'ra ginasticar.
Eu - Vem ginasticar! Ginasticar! É bom ginasticar!
B - Eu tenho essa musica no meu iPod p'ra correr.
Eu - ... Vês porque é que somos amigos?
B - Porque somos os dois neuróticos?
Eu - Foda-se.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Um cafézinho, pelo menos
À pessoa que escreveu numa parede perto da associação de estudantes da Universidade de Évora o poema Kassandra da Sophia de Mello Breyner: Vamos ser amigos?
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Foda-se! (nº 50)
Acabei de ler num formspring que a razão pela qual a pessoa (rapariga) do dito formspring gosta do meu blog é porque é "(...) o lado inseguro e deprimente de se ser rapaz. Afinal parece que há alguns que são parecidos às mulheres".
Ainda bem que já estou alcoolizado, fuck my life.
Ainda bem que já estou alcoolizado, fuck my life.
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terça-feira, 12 de outubro de 2010
O Número da Besta
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segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº453)
Não há nada melhor para me sentir como um vagabundo como quando a minha própria mãe me diz para eu ir mas'é comprar um maço de tabaco para mim por eu ser um crava.
domingo, 10 de outubro de 2010
And if your heart's screaming
A pior parte dos meus dias é a partir do momento em que acordo, mas passa quando finalmente adormeço.
Conhece-me bem
Após atribulações
Ela - Estás bem?
Eu - Acho que sim... porquê?
Ela - Estás todo despenteado. Geralmente ficas assim quando te pões a passar as mãos pelo cabelo e geralmente quando fazes isso é porque 'tás ansioso ou nervoso ou assim.
Ela - Estás bem?
Eu - Acho que sim... porquê?
Ela - Estás todo despenteado. Geralmente ficas assim quando te pões a passar as mãos pelo cabelo e geralmente quando fazes isso é porque 'tás ansioso ou nervoso ou assim.
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Pensamentos Divergentes (nº165)
Para o movimento
O seu ventre fazia alvorada no horizonte do lábio
num tremor sincopado, o mesmo que condensa diamantes.
Fez-se o mundo na boca dele e o mar rompeu em púrpura,
o regaço do cosmos na ponta dos dedos.
O seu ventre fazia alvorada no horizonte do lábio
num tremor sincopado, o mesmo que condensa diamantes.
Fez-se o mundo na boca dele e o mar rompeu em púrpura,
o regaço do cosmos na ponta dos dedos.
Cenário
Fazia-se madrugada nos seus lábios e a luz dos candeeiros, doentes de amarelo, manchava o seu cabelo, o cabelo em que mexe casualmente (Sem o saber toca os acordes dos meus ossos, faz de mim pó e guarda para esquecer no fundo dos bolsos - Podia jurar que tinhas sentido o mesmo quando o Sol se punha entre os nossos joelhos). Mas a merda do telemóvel para ver as horas e o barulho do camião do lixo como que para lembrar que não pertenço ao cenário. Faço de mobília, estrago a Jeoconda e vou para casa sozinho.
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sábado, 9 de outubro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº452)
Hoje tive um encontro com cadernos que utilizei na universidade. Um caderno por cadeira.
Descobri que todos eles estão em branco. Lembrava-me de ter sido algo mais diligente na minha educação académica.
I'll be having neurasthenia
Quem ouça a minha namorada falar fica a pensar que eu sou um Don Juan com pelo menos uma dúzia de mulheres atrás de mim. Gostava de ser tão cool como ela me imagina.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Menos inteligente que uma criança de 2 anos
O meu sobrinho estava a brincar com uma massa qualquer que cheira muito bem e que não é tóxica. Experimentei dar uma dentadinha. Como é óbvio decepcionei-me.
A minha vida anda um tédio.
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quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº450)
Ao ler isto
1ª Reacção (com ironia): "Yeah, sou a voz de uma geração."
2ª Reacção (com absoluto terror): "Foda-se, sou a voz de uma geração?"
1ª Reacção (com ironia): "Yeah, sou a voz de uma geração."
2ª Reacção (com absoluto terror): "Foda-se, sou a voz de uma geração?"
A mesma estória de sempre
Um tédio profundo. Abate-se também sobre mim a irritação de Michio Kaku, através da sua má escrita, tornar um assunto tão interessante num aborrecimento total. O idiota do génio não me entretém e eu preciso de ser entretido. Esfrego os meus molares uns contra os outros, um tique nervoso que já conheço como sinal de ausência de nicotina. Decido fumar uma cigarrilha e talvez espairecer a mente - já bebi café hoje? Não. Mas também não me ajudaria em nada, fica para depois.
Dou por mim num estupor a ouvir o shuffle do iPod enquanto fumo e desenho bigodes em fotos de modelos nos anúncios de um jornal velho. O que tenho para fazer não me interessa; O que me interessa fazer não consigo fazer. Abandono a escrita porque o que escrevo não é imediata e inegavelmente brilhante. Não componho porque os acordes saem torpes e as melodias pobres. E a frustração de desenhar, de imaginar algo perfeitamente claro na mente e a técnica da mão me atraiçoar deixando-me uma cópia inferior ao concebido, desmotiva-me completamente da tarefa.
Sou um rochedo imovível na minha triste e inconsequente solidão. Entretanto, tudo o que é significativo não passa de folhas ao vento. E eu especado a olhar.
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Coisas Que Um Gajo Coiso (nº449)
"Estar apaixonado é a flutuante certeza da absoluta ausência de um presente mais promissor que o vivido."
A melhor coisa de Outubro:
Batata doce.
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terça-feira, 5 de outubro de 2010
Se ela comprar uma pulseira de balanço a seguir desterro-a
Ao telefone com uma das minhas irmãs que se meteu na treta do Reiki supostamente por não ter dinheiro para psicoterapia apesar de ser isso que precisa e de se considerar uma céptica. Mas eu sou mais.
Irmã - (...) deitaram-me numa cama e ao fim de um pouco eu comecei a sentir uma dormência muito estranha.
Eu - Hm...
Irmã - E ao fim de um pouco deram-me uns espasmos muito estranhos nos pés, eu de propósito não consigo fazer aquilo, nunca me tinha acontecido.
Eu - Hm...
Irmã - Opá, não comeces se não já não te conto mais.
Eu - Não estou a dizer nada.
Irmã - Mas pensas!
Eu - Tu já sabes o que eu penso sobre isso até prova do contrário; é tudo sugestão mental e placebos.
Irmã - Devias é informar-te antes de criticar.
Eu - Eu já me informei sobre estudos sobre a eficácia disso e já fui ao site da Pubmed. Tu já foste?
Irmã - Pois, 'tá bem, mas devias ir a outros sites que não esse.
Eu (risos) - Vá, continua lá a contar.
Irmã - Depois ela disse-me que eu tinha o Chakra dorsal e o Chakra sexual desalinhados.
Eu - Tinhas o quê desalinhado?
Irmã - O Chakra sexual, sim.
Eu - ... Como assim?
Irmã - Já te explico. Disse-me que tinha os Chakras dorsal e o sexual muito desalinhados, 'tava sempre a dizer que estavam muito mal, etc.
Eu - Hm...
Irmã - E depois eu contei-lhe da minha úlcera e perguntei se podia ter a ver com o Chakra dorsal.
Eu - "Ah pois, é isso mesmo, a causa da úlcera é mesmo essa, eu não disse que tinha o Chakra dorsal desalinhado?".
Irmã - Olha, cala-te.
Eu - Então e o Chakra sexual, como é que fizeste para o desalinhar?
Irmã - Tu gozas mas aí está! Ela esteve sempre a dizer que aquilo estava muito mal e sabes que mais? No dia seguinte tive infecção urinária.
Eu (sarcasticamente) - Sim, isso prova que funciona e que não é sugestão mental.
Irmã - Já não te conto mais, pronto.
Irmã - (...) deitaram-me numa cama e ao fim de um pouco eu comecei a sentir uma dormência muito estranha.
Eu - Hm...
Irmã - E ao fim de um pouco deram-me uns espasmos muito estranhos nos pés, eu de propósito não consigo fazer aquilo, nunca me tinha acontecido.
Eu - Hm...
Irmã - Opá, não comeces se não já não te conto mais.
Eu - Não estou a dizer nada.
Irmã - Mas pensas!
Eu - Tu já sabes o que eu penso sobre isso até prova do contrário; é tudo sugestão mental e placebos.
Irmã - Devias é informar-te antes de criticar.
Eu - Eu já me informei sobre estudos sobre a eficácia disso e já fui ao site da Pubmed. Tu já foste?
Irmã - Pois, 'tá bem, mas devias ir a outros sites que não esse.
Eu (risos) - Vá, continua lá a contar.
Irmã - Depois ela disse-me que eu tinha o Chakra dorsal e o Chakra sexual desalinhados.
Eu - Tinhas o quê desalinhado?
Irmã - O Chakra sexual, sim.
Eu - ... Como assim?
Irmã - Já te explico. Disse-me que tinha os Chakras dorsal e o sexual muito desalinhados, 'tava sempre a dizer que estavam muito mal, etc.
Eu - Hm...
Irmã - E depois eu contei-lhe da minha úlcera e perguntei se podia ter a ver com o Chakra dorsal.
Eu - "Ah pois, é isso mesmo, a causa da úlcera é mesmo essa, eu não disse que tinha o Chakra dorsal desalinhado?".
Irmã - Olha, cala-te.
Eu - Então e o Chakra sexual, como é que fizeste para o desalinhar?
Irmã - Tu gozas mas aí está! Ela esteve sempre a dizer que aquilo estava muito mal e sabes que mais? No dia seguinte tive infecção urinária.
Eu (sarcasticamente) - Sim, isso prova que funciona e que não é sugestão mental.
Irmã - Já não te conto mais, pronto.
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A minha educação
Aquelas gotas de agonia escorrem-te pelo pescoço até ao peito. Não te reconheces assim e isso assusta-te - os punhos cerrados, o corpo a tremer de raiva e os pulmões em soneto máximo proferindo a mágoa acumulada durante toda uma jovem vida. Impróprio para um poeta pretensioso que põe sempre a lógica à frente da emoção. Não foi assim que te educaram.
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segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Tomorrow belongs to me
Sair desta cidade e viajar faz-me bem e adia a desintegração da minha mente em total insanidade mental.
Relembrar
Jantava em Lisboa com os meus amigos e namorada e comentava uma das razões de me sentir tão bem naquela cidade. Largavam-me os braços sufocantes de Évora e abraçava-me o conforto do absoluto anonimato. A certeza de não conhecer ninguém, de não esperar conhecer ninguém. De poder ser Eu sem amarras e de ser mais um ninguém do qual nenhum outro ninguém sabe o nome ou passado. Relembrei-me avidamente do libertador que isso tinha sido para mim quando fui lá viver temporariamente.
Foi nessa altura, claro, que encontrei contra todas as probabilidades um gajo que foi da minha turma na minha primeira (e falhada) tentativa de curso universitário. E relembrei-me também de porque fugi de informática e de tudo o que tenha a ver com ela.
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Coisas Que Um Gajo Coiso (nº448)
Ontem, pelo Bairro Alto/Chiado
"Se eu (ainda) vivesse em Lisboa o meu blog não seria anónimo."
Lisboa - Covilhã - Évora
Saciei, por agora, a minha necessidade de fugir. Vamos ver se dura até amanhã.
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sábado, 2 de outubro de 2010
Improviso
Depois de termos planeado uma viagem a Lisboa para o Filme do Desassossego, tocou o meu telefone há coisa de meia-hora
D - Tenho más notícias, pá.
Eu - Então?
D - Telefonei para reservar bilhetes e a senhora disse-me que já não há bilhetes para as 17:30. Não só isso como para reservar bilhetes tinha de ser com pelo menos dois dias de antecedência. E a sessão das 14:30 já não dá para irmos, né?
Eu - Sem um gajo ter tempo para comer nem nada, esquece lá.
D - Pois...
Eu - Pá... 'bora à mesma?
D - 'Bora.
D - Tenho más notícias, pá.
Eu - Então?
D - Telefonei para reservar bilhetes e a senhora disse-me que já não há bilhetes para as 17:30. Não só isso como para reservar bilhetes tinha de ser com pelo menos dois dias de antecedência. E a sessão das 14:30 já não dá para irmos, né?
Eu - Sem um gajo ter tempo para comer nem nada, esquece lá.
D - Pois...
Eu - Pá... 'bora à mesma?
D - 'Bora.
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Fair enough
A propósito de comediantes e de escrita
D (algo embriagado) - Os cómicos... sem querer desfazer o tipo de trabalho deles porque não é assim tão fácil escrever comédia... Faz-me um pouco confusão isto de através do ridículo e de coisas que não fazem sentido fazerem as pessoas rir por não pensarem nas coisas.
Eu - Pá... eu subscrevo um pouco à teoria de que os grandes comediantes são aqueles que, sem darmos por isso, através do riso nos fazem pensar em coisas sérias. Como o George Carlin por exemplo.
D - Sim, mas eu não quero fazer as pessoas pensar, quero fazê-las sentir.
Eu - Fair enough... mas epá, eu queria fazê-las pensar e sentir também, não era melhor ainda?
D - Sim, mas tu queres sempre fazer tudo.
Eu (foda-se)
D (algo embriagado) - Os cómicos... sem querer desfazer o tipo de trabalho deles porque não é assim tão fácil escrever comédia... Faz-me um pouco confusão isto de através do ridículo e de coisas que não fazem sentido fazerem as pessoas rir por não pensarem nas coisas.
Eu - Pá... eu subscrevo um pouco à teoria de que os grandes comediantes são aqueles que, sem darmos por isso, através do riso nos fazem pensar em coisas sérias. Como o George Carlin por exemplo.
D - Sim, mas eu não quero fazer as pessoas pensar, quero fazê-las sentir.
Eu - Fair enough... mas epá, eu queria fazê-las pensar e sentir também, não era melhor ainda?
D - Sim, mas tu queres sempre fazer tudo.
Eu (foda-se)
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sexta-feira, 1 de outubro de 2010
The sky might not fall in on us
Preciso de um pouco de aventura e excentricidade na minha vida, este tédio consome-me.
Apetece-me largar compromissos e fazer uma road trip e acampar algures com muitos amigos, mas ao contrário de mim todos os meus amigos têm vidas produtivas e ocupadas com empregos ou com a universidade.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Pensamentos Divergentes (nº164)
(Pelos vistos a forma de eu recomeçar a escrever é cantarolando melodias)
Canção da Meia-Noite Só
Canção da Meia-Noite Só
São tão ocos os teus olhos
são tão ocos os teus olhos
são tão ocos os teus olhos
quando sabes que vais viver
quando sabes que vais viver
Toca o teu amor de ouvido
aproxima o teu vestido
Se não lhe toco eu posso morrer
Se não lhe toco eu posso morrer
Pensamentos Divergentes (nº163)
Canção da Velha Demente
Dezoito anos e caracóis tão lindos
olhos nunca os tinham visto assim
Casei-me e fui infeliz para sempre
porque era o que esperavam de mim
Saí da casa de uns pais maldosos
p'ra ter a liberdade que o sangue me pedia
Enfiei-me na casa de um homem ainda pior
e ainda sonho com ela noite e dia
Tirou-me tudo esse mau homem
a juventude, a alegria e o pudor
Levei pancada, gritei e chorei
por obra e graça do Senhor
Meti-me no parapeito da janela
p'ra ser apanhada por um bondoso estranho
Mas as mãos que me colhem são sempre amargas
tiram do ventre a doçura e do coração o tamanho
Dois abortos e chá todas as tardes
foi o que Deus quis para mim
Mas se a minha vida foi tamanha miséria
a morte há-de ser um festim
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Desgostos de amor
Isto deverá ser consequência da minha pseudo-febre, mas de repente lembrei-me que tinha um desgosto por a minha primeira namorada não partilhar a minha paixão por Pink Floyd, e apeteceu-me mesmo escrever isso aqui.
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o gajo não é normal
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Passamos a vida a aprender
Intoxicação alimentar. Nunca mais como ostras que o meu pai me garanta estarem frescas.
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"Cuidado com o que desejas"
Hoje acordo com uma bruta diarreia.
Vitória?
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Conversa Conjugal (nº39)
Ela a fazer umas graçolas e eu sem reacção
Ela - O que é que se passa contigo? Já não me achas piada?
Eu - Não é nada disso. Estou só um pouco em baixo, só isso.
Ela - Com o quê?
Eu - Com tudo. Com a minha vida, com o meu curso, o meu futuro. E deixei de conseguir escrever ou desenhar. Ontem estive quase duas horas em frente ao computador a tentar escrever alguma coisa e não consegui.
Ela - Ora, isso é normal. Há dias assim.
Eu - Dura há pelo menos um mês.
Ela - O que é que se passa contigo? Já não me achas piada?
Eu - Não é nada disso. Estou só um pouco em baixo, só isso.
Ela - Com o quê?
Eu - Com tudo. Com a minha vida, com o meu curso, o meu futuro. E deixei de conseguir escrever ou desenhar. Ontem estive quase duas horas em frente ao computador a tentar escrever alguma coisa e não consegui.
Ela - Ora, isso é normal. Há dias assim.
Eu - Dura há pelo menos um mês.
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segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Peço desde já desculpa pelos meses que vão passar com esta música irritante na cabeça
R, porque não cantas esta música à menina do bar? Talvez aí se deixassem de mariquices e ela te limpasse o pó que tens acumulado.
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domingo, 26 de setembro de 2010
O meu estilo de vida é o pesadelo de uma mãe responsável
Regressei agora da minha volta - a próposito, passear de bicicleta a ouvir The Shins e Smiths tem o que se lhe diga - e pela primeira vez em três dias estou a passar algum tempo sossegado no meu quarto.
Fui recebido pela panóplia de papelada que me esperava. Espalhados pelo chão e por qualquer outra superfície plana (ou com preceitos disso) tenho livros, manuais e artigos científicos, partituras, jornais velhos, folhas com rascunhos e anotamentos e um envelope pardo que a minha namorada deixou cá e que não me serve de nada mas que está ali "guardado" à mesma.
A um canto do quarto tenho uma vala comum de roupa já usada e a outro tenho uma pilha de instrumentos e objectos cacofónicos que não tenho usado.
O estranho é que me sinto mesmo bem nesta confusão.
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o gajo não é normal
sábado, 25 de setembro de 2010
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
I want to defy the logic of all sex laws
Perdoem-me mas quero ser um revolucionário libertino. Quero que celebremos as putas, os gays, as fufas, os bissexuais, os travestis e os transexuais. Quero deixar os adolescentes fornicar, os idosos climaxar e quero aniquilar os puritanos. Quero destruir tabus e preconceitos e deixar florescer a poligamia mais os depravados, os tarados e os fetichistas.
Quem está comigo?
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº446)
Tenho o joelho esquerdo esfolado e descobri que sinto uma certa ternura para com a crosta que se tem vindo a desenvolver na ferida. Acho que é porque me lembra uma infância curta, talvez não bem minha, e de quando caía e me esfolava sem me magoar até que aprendi que afinal cair magoa e que, pior ainda, é chato chegar a casa e a mãe ralhar por ter calças rotas ou sujas.
Ou se calhar uma coisa vem a seguir à outra.
Foda-se! (nº 49)
Quando estava a explicar à minha namorada porque gostava mais de cães do que de gatos (os cães gostam verdadeiramente de nós e os gatos estão-se a cagar) a minha namorada disse, mais ou menos por estas palavras, que "Os gatos são como os homens. Se não lhes cortares os tomates saem de casa e já não querem saber de ti".
Medo. Muito medo.
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foda-se
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº445)
"Eu de longe, no escuro e de olhos semicerrados, até quase pareço bonito"
Esmagando tudo o que és, tudo o que sou
senti cobras dançarem no teu ventre
enquanto os teus olhos diziam
Quero Morrer
agora o pó assenta mais pesado
e os seios já não se erguem
jazem tombados nos lençois de ontem
e a tua mãe chora nos dezoito anos de aborto
que melhor podiam ter sido usados
nos homens que a desamaram
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escritofrenia
Foda-se! (nº 48)
Em conversa com amigos a minha namorada falava sobre o efeito que outras mulheres tinham tido em mim
Ela - É como te digo, ela deu cabo dele. Ficou destruido, só agora anda a recuperar comigo, coitado.
Eu - Espera lá! "Ela"? Estás-te a referir a quem?
Ela - A todas elas, todas elas te arruinaram.
Eu (foda-se)
Ela - É como te digo, ela deu cabo dele. Ficou destruido, só agora anda a recuperar comigo, coitado.
Eu - Espera lá! "Ela"? Estás-te a referir a quem?
Ela - A todas elas, todas elas te arruinaram.
Eu (foda-se)
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Coisas Que Um Gajo Coiso (nº444)
Explicar aos pais a diferença entre foleiro e kitsch é mais ou menos como explicar-lhes a diferença entre ausência de perspectivas para o futuro e precisar apenas de organizar a vida.
Must be what I wrote, what I write
Acho que estou a tornar-me lentamente num agorafóbico.
Apelo
Alguém está interessado em empregar um jovem de 24 anos com qualificações limitadas num trabalho com poucas horas e bem pago em que não se tenha de fazer nada?
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terça-feira, 21 de setembro de 2010
Alcoolobetismo
A cadência dos sentidos respira-me em ósculos a vida de saber
do saber viver a deflacção dos minutos em álcool e inutilidade.
Sou o cume de mim mesmo
sou o alfinete no abismo do mundo
e ninguém para ouvir.
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Porque bebo
Bebo porque quando bebo borbulho e fico apaixonado pelo mundo. Sou mais eu sem odiar quem sou e de repente tudo parece fazer mais sentido. Perco o medo e o medo impede-me de tudo.
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Thwarted by a methaphysic puzzle
A pensar no que hei-de fazer à minha vida que isto de pensar em filosofias e escrever não dá a lado nenhum mas não sei se quero chegar a lado algum.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
Porque quero piorar-vos o dia de hoje e talvez o resto da vossa existência
A edição do Público de hoje dedicou-se especialmente à temática da probreza e da subsequente malnutrição. Mal abrimos o jornal atiram-nos com estatísticas horrendas como o facto de haver no mundo inteiro 925 milhões de pessoas a morrerem à fome ou à beira disso. Mas aquele que é provavelmente o mais chocante é o de em cada 6 segundos morrer algures uma criança por doenças provocadas pela fome.
No tempo em que abriram o meu blog e leram isto, dependendo da vossa velocidade de leitura, terão morrido entre 5 a 6 crianças. E agora que leram esta frase ainda outra. Não sei bem o que fazer com a inevitabilidade e o peso deste conhecimento, mas um whisky sabia-me bem.
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sábado, 18 de setembro de 2010
Abertura do Movimento
Como prometido, está aberto o Bloggers pelo Desenvolvimento de Homens Mineteiros. Quem estiver interessado a participar no movimento só tem de seguir as instruções que estão lá no blog.
Desejamos a todos muitas minetices.
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Não estou em baixo
Se pareço em baixo não é nada disso, é esta mudança de clima que me deixa melancólico.
Se não falo na mesa do bar não é porque estou deprimido, estou só pensativo, é só isso.
Se não tenho escrito ou mesmo desenhado não é porque perdi o gosto ou a energia por isso, é só porque tenho tido outras coisas em que pensar.
Se não componho música como fazia antes e se já não passo horas à volta de instrumentos não é porque odeio tudo o que faço, sou eu que ganhei outros interesses.
Não estou deprimido, a sério.
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