quarta-feira, 29 de junho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

I wanna talk about it


Diz-se que eu me dou demasiado ao dramatismo, como se eu fosse um oferecido e o dramatismo fosse a queca da semana.

Celibato por sobredosagem


Experiência: Ler num só dia todos os textos e poemas que alguma vez escrevi neste blog.

Resultado: Perder toda a vontade de escrever até um futuro imprevisto.

domingo, 26 de junho de 2011

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 508)


Há 3 tipos de homem: os que não usam desodorizante, os que usam desodorizante, e os que usam desodorizante nos genitais depois de tomarem banho.


P.S. - Roll-on é só para mulheres depiladas e para gajos sem a mínima noção de higiene.

Only told to stay away


Adultos reprimidos criam crianças reprimidas que crescem e se tornam adultos neuróticos. Adultos neuróticos criam crianças frustradas que crescem e se tornam adultos perturbados. Adultos perturbados criam crianças sem escapatória que crescem e se tornam jovens mortos.

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 507)


Hoje vou deixar de fazer de conta que não sou toxicodependente. Esta mariquice de andar a beber apenas três chávenas de café por dia suga-me qualquer tipo de produtividade dos meus dias.

Pensamentos Divergentes (nº191)


Jantai os vossos jantares e bebei as vossas bebidas.
Ajudando à vossa digestão, bem sei, serve-se sempre um prato azedo das conversas habituais - as queixas e as coscuvilhices; as raivas vazias e os "pensamentos intelectuais" papagueados à moda do bom rebelde doutor.
Mas eu conheço-vos as caras. Conheço-vos todas as caras e antes partilharia a refeição de uma hiena do que comeria na vossa companhia. E antes beberia, por lavar, do copo do Marquês de Sade do que brindaria convosco ou por vós.
Porque a hiena é fiel à sua natureza e vós não fazeis se não evitá-la e mascará-la, inventando tabus e pecados e incriminando quem não é tão hábil em disfarces, tudo de forma a distraírem os olhos das vossas vergonhas que nem vergonhas seriam se não fosse pela vossa própria raça. E porque, por isso mesmo, o Marquês de Sade esteve em vida mais próximo de Deus do que algum de vós o estará em morte.
Para mim o jejum. A fome e a sede serão mais salutares para a alma.

Pensamentos Divergentes (nº190)


Meu amor,
quero morrer.
com os teus olhos fixos nos meus
para sentir a completa dor
de tudo o que Fica incompleto.
E o teu ventre a cantar o meu nome secreto
- a palavra da criação -
com os doze lobos da paixão a devorarem-me as entranhas
em estranhas doces melódicas dentadas em cetim
que lentamente se findam
sem fim.

sábado, 25 de junho de 2011

Ouroboros


Para quê essa tua boca que me cicatriza o movimento das minhas horas em redondas emoções? Vou sempre parar no mesmo sítio, e se um sítio deseja ser alcançado que o seja mesmo que em círculos. E eu não sou um robô. Eu sei que não sou um robô. Eu escrevo, por isso não posso ser um robô. Para se escrever é preciso sentir e um robô não é capaz de sentir. Mas eu escrevo para não sentir e para o fazer abraço-me na circunferência que é o meu umbigo. E o que eu queria era viver como quem faz amor como quem se prepara para ir para a guerra. Deixar de escrever nesta pena. Deixar de molhar a pena na tinta para escrever.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 506)


Entrei naquela fase em que começam a aparecer de forma consistente os cabelos brancos.



And so it begins...

Shit motherfucker ass tits cunt cock motherfucker shit ass tits motherfucker shit. Come on!


Ai a porra da minha vida a ficar toda feita num oito e o oito mais parece um olho do cu que me olha directo nos olhos e o cabrão nunca pestaneja antes de mim.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Foda-se! (nº62)


Há pessoas que vêm ter a este blog pelo google ao pesquisarem "foda-se"...

I am afraid of the man I'll become if I lay my life down for a people that I don't even care for


O que dá cabo de mim é esta incessante corrida atrás de algo que não sei ainda o que é, para disfarçar que na verdade estou a fugir de algo que não sei ainda o que é. E pior é a suspeita de que as duas são mentira.

Eu não digo que a minha mãe está demente?

A minha mãe chega ao pé de mim com uns calções de banho com bonecos dos Looney Tunes que comprou para o meu sobrinho

Mãe - Olha lá, de que história são estes bonecos?
Eu - ... O quê?
Mãe - De que história são?
Eu - ... "história"?
Mãe (apontado para o Daffy Duck) - Este parece-me o Pato Donald...
Eu (nada a ver) - ...
Mãe (apontando para o Bugs Bunny) - E este é aquele que corre muito, não é?
Eu (quê?) - Mãe... estás a gozar, certo?
Mãe - ...
Eu - Mãe, são os Looney Tunes... E só por acaso são desenhos animados mais velhos que tu... E que eu via imenso em puto...
Mãe - E quais os nomes deles?
Eu (apontado para cada) - É o Bugs Bunny, o Daffy Duck - ou Pato Lucas - e o Diabo da Tasmânia...
Mãe (repetindo para se lembrar) - Bunny, Dufie Duque e o Tasmânia...
Eu (sem energia para contestar) - Sim.
Mãe - Só para saber. É que quando oferecer isto ao gaiato ele vai-me perguntar quem são.
Eu (não, não vai) - Pois...

terça-feira, 21 de junho de 2011

Tide


"Não custa nada" enquanto o calafrio da dor lhe subia de dentro do corpo. Ele tinha olhos verdes. A mãe sempre lhe disse para não confiar em olhos verdes.
Correu-lhe por dentro, desbravando território por descobrir como que a fugir do relógio da mesa-de-cabeceira que de repente calara as horas. Cresciam dias por entre os dedos dos pés sem que o sol parpadeasse uma única vez através da janela.
Deixou-a usada com os restos na roupa da cama, o sangue a pintar a memória do que não se esquece. Foi-se embora e os olhos verdes também. Passaram-se anos e ainda assim não consegue evitar pensar nele sempre que lava a roupa da cama.

Pensamentos Divergentes (nº189)


Já não me aquecem os lençois da cama
desde que a tua chama se foi embora
e nem os mudo para ficar com o teu cheiro
e o mundo inteiro conspira porta fora...
Porque não entras.
para beijar a minha boca a estancar o coração
que a qualquer momento ele foge atrás de ti.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

sexta-feira, 17 de junho de 2011

C'mon everybody and whistle this tune right now


A minha miúda nem sempre sai da casca, mas quando sai... ui!

"O Crime" ou "Velório a Dois"


Mataste-me a boca 190 milissegundos após o instante em que te vi. Os meus olhos, cúmplices do violento homicídio, arrancaram em pétalas as poucas palavras que tinha guardadas para a eventualidade da sua morte. Despiste-me a boca e violaste-ma antes se quer de nascer no novo mundo trazido da tua existência. O meu destino já estava findado antes de o saber, assim que entraste pela porta. A minha boca está morta. Não me resta se não enterrá-la em ti.

Pensamentos Divergentes (nº187)


No quarto, apenas a jurisprudência dos solitários seios.
Lançando no ar, em dispersões cíclicas, o fumo de estrela que com destreza cortava em estradas ziguezagueantes que, intencionalmente, falhavam sempre o alvo, cantava em mudos abafados o azedo de uma solidão incompleta.
Escrevia em punho infinito o amor em monólogo.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pensamentos Divergentes (nº186) - Canção de Desengate


por querer ser mais que teu ombro
acabei por ficar na tua mão
preso nas árvores do bocejo vazio em que iam parar todas as pedras perdidas, atiradas à água

e esse teu amor com sotaque a desinteresse
os beijos como quem afasta preguiçosamente uma mosca
eram tudo como eu queria ser e queria fazer sentir, vingando-me na cama entre arcos de desdem

só quando fodia as outras sentia que te podia foder a ti

quarta-feira, 15 de junho de 2011

All hail the new king in town


Ouçam o que digo, as coisas vão mudar. El T morreu, viva el T.

Novo estudo sobre como se processa a decisão de votar PNR


"Pela primeira vez, investigadores britânicos conseguiram captar em vídeo o que se passa no cérebro quando uma pessoa perde a consciência"

Googlices (nº23)

Já há muito tempo que não tinha aqui uma instalação destas. E lembrei-me agora do porquê. Para os iniciados, são pesquisas do google que por alguma razão vêm ter ao meu blog.

"criticar e foda" - Criticar fodas? Foder depois de criticar? Criticar enquanto se fode? Queres dizer o quê, mesmo?

"como ver as sms que a minha mulher recebe?" - Longe de mim armar-me em conselheiro matrimonial, mas já que vieste cá ter se desconfias assim tanto dela se calhar não é boa ideia continuarem juntos...

"passar a musica powerpuff girlsz girlfrind para o computador" - Desculpa?!

"blog dos ses" - É quase isso.

"o mundo hipotetico dos ifs" - Tás mesmo lá quase.

"deus mundohipoteticodosses" - Também não é para tanto.

"hipotetico mundo dos ses" - Quase quase quase...

"merda mundo hipotético dos ses" - É isso mesmo, é.

terça-feira, 14 de junho de 2011

From now on, I'm someone different



O que eu queria era uma dúzia de carpideiras que fossem atrás de mim para todo o lado a inundar a cidade em gemidos e água salgada. Até tal ser possível, a alegria sai-me mais barata.

Pensamentos Divergentes (nº186)


O meu medo é o de mergulhar.
Provar a água para ver se está fria, bem sei,
não tem piada nem é forma de viver.
A caligrafia do meu agir é torta
e quem vai tentar ler não percebe que em mim
podia nascer um infinito de gente para eu amar.
E podia nem cheirar a merda
e podia ser menos que indiferente,
podia ser só guerra e nessa guerra partilhar
as ondas que não embatem porque não são ditas.
É que mergulhar é a melhor parte
e o meu medo é o de mergulhar.


Texto pensado no Algarve e arruinado em Évora. Para o Benjamim, a Cristina e os outros que fazem do Algarve o perfeito sítio a visitar e que fazem com que até um gajo como eu arrisque de vez em quando.

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 503)


"O meu coração nunca foi infiel. O problema foi sempre tudo o resto."

domingo, 12 de junho de 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Oh the demons come, they can subside


Há-de haver mais que isto. Sei que há-de haver mais que isto.

Autobiliofagia


Quem pensas tu que és, se não és nada disto. Queres-te ver nas montanhas mais altas e nos abismos mais fundos, queres-te ver nas obras dos grandes e no intelecto dos geniais e também na crueza das mulheres de rua batidas com que por vezes te cruzas e que no teu mais fundo te dão asco. És como o Narcíso só que a tentar ver o reflexo numa poça cheia de lama que de ti só devolve a estagnação e o peso grumoso do peito. Fazes-te de artista a olhar para o infito à espera que ele ceda e pisque os olhos, mas quem perde o jogo és sempre tu. Mas podes ir abanando o corpo ao som da música e podes respirar um ar melhor do que qualquer um merece. Só que isso não chega. Nada chega porque tu não chegas lá. E todo o teu tempo é a desejar o que não sabes.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Foda-se! (nº61) - Tirem-me daqui!



"Cavaco Silva vai condecorar no Dia de Portugal a antiga ministra das finanças e antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite com Grã-Cruz da Ordem de Cristo"


"A coligação PSD-CDS avança. Amanhã, quarta-feira, os líderes dos dois partidos, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, reúnem-se na sede nacional para iniciar as conversações formais para a formação do Governo"

Sei que durante a minha vida vi demasiada pornografia quando...


... passo por este cartaz...


... e vejo isto...

It's been a while since I stared at the stars


Não sei se é desta que isto vai dar cabo de mim. Tem-me devorado tudo e ainda vai chegar até a ti. E já só sei escrever estrangulando teclas.

Paisagismo


Inalaste com a soberba vontade de me tomar para ti, usando a ponta dos dedos e a respiração como método científico de conhecer as minhas matemáticas indecifradas; afagando sem medo o mistério como a um animal selvagem à beira da morte, de olhos congelados no infinito que há-de vir. Ponto. Assentas pontos incontornáveis na gramática do tempo e do espaço com esse teu modo. E se te convidar a passar a porta é mais que certo: não tarda muito és tu a mostrar-me os cantos. Levas-me a visitar um café agradável a que nunca fui. "Ali por aquela rua em frente encontras um pequeno jardim com uma vista bonita, sabes?". E toda eu haveria de ruir. Ninguém ama escombros. Não para sempre.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A propósito de eleições


"(...) E dizem-te sem rebuços que tu, a tua vida, os teus filhos e a tua família não contam, que és estúpido e subserviente e que podem fazer de ti o que lhes aprouver. E em vez de liberdade pessoal prometem-te liberdade nacional. Não te prometem dignidade pessoal mas respeito pelo Estado, grandeza nacional em vez de grandeza pessoal. E como «liberdade pessoal» e «grandeza» são para ti apenas conceitos estranhos e obscuros, enquanto «liberdade nacional» e «interesses do Estado» são palavras que te enchem a boca, como ossos que fazem nascer a água na boca de um cão, não há ámen que não lhes dê. (...) Desprezam-te como tu te desprezas, Zé Ninguém. Conhecem os teus podres como só tu próprio os devias conhecer. Sacrificam-te a um símbolo e és tu próprio quem lhes confere o poder que exercem sobre ti. Ergueste tu próprio os teus tiranos, e és tu quem os alimenta, apesar de terem arrancado as máscaras, ou talvez por isso mesmo. Eles mesmo te dizem clara e abertamente que és uma criatura inferior, incapaz de assumir responsabilidades, e que assim deverás permanecer. E tu nomeia-los novos «salvadores» e dás-lhes «vivas».
É por isso que eu tenho medo de ti, Zé Ninguém, um medo sem limites. Porque é de ti que depende o futuro da humanidade. E tenho medo de ti porque não existe nada a que mais fujas do que a encarar-te a ti próprio."
Wilhelm Reich - Escuta, Zé Ninguém!

PSD - Piadas Secas ao Domingo

Ontem, a ver televisão, a minha namorada ficou desiludida com o resultado das eleições

Ela - Um dia formo eu o meu partido e não vai ser nada como isto.
Eu - É. Podíamos formar o Partido Quebrado.
Ela (com a mesma expressão que faria se eu tivesse sujado o sofá) - ...
Eu - Percebes?
Ela (sem tirar os olhos do ecrã)- ...
Eu - Pensa nisso.
Ela - ...
Eu - Porque partido... e quebrado...
Ela - Ah...
Eu - Teve piada...
Ela (completamente neutra) - Teve, teve.

I could take apart my window


O tempo não anda grande coisa. E o clima também não.

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 502)


Às vezes, a conduzir na noite deserta, gosto de imaginar que é tudo uma questão de gravidade e perspectiva e que o carro não está a avançar para a frente mas sim a cair no vazio. Em parte porque é verdade.

domingo, 5 de junho de 2011

Inércia democrática

.
A cada nova eleição torna-se um pouco mais chato ir votar. A vontade é menor e parece que requer mais esforço só para ir lá marcar uma cruz num quadrado ou não marcar nada de todo. E, pelo que percebo, este sentimento é generalizado na população deste país. Algo de fundamental está de errado quando para um povo é maçador exercer os seus direitos.

sábado, 4 de junho de 2011

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 501)

Escrevo como vivo: sei exactamente como as coisas vão acabar mas não sei como é que vou lá chegar.

The bricks make me nervous


Um dia vou viver para uma caverna no topo de uma montanha com uma garrafa de gin e talvez aí me sinta feliz ou alguma coisa semelhante a isso. Ver as pessoas a destruírem-se umas às outras e ao mundo tem alguma piada ao início mas torna-se cansativo ao fim de vinte-e-poucos anos.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Mais uma forte indicação que a minha mãe está a ficar senil

Entro na cozinha de headfones nos ouvidos e está a minha mãe virada para o frigorífico a olhar para os seus conteúdos

Mãe - Foste tu que tiveste a comer bolo de bolacha?
Eu (tirando os headfones) - Huh?
Mãe (olhando para mim) - Ah, és tu. Pensei que fosses o teu pai. Esquece, não ligues.
Eu - Ok.
Mãe - Mas foste?
Eu - Fui o quê?
Mãe - Tiveste a comer bolo de bolacha?
Eu - ... Se ias acabar por me fazer a mesma pergunta porque me disseste para esquecer quando...
Mãe (interrompendo-me) - Tu é que entraste aqui e me perguntaste o que andava eu a fazer!
Eu - O quê? Não! Eu entrei e tu confundiste-me com o meu pai e...
Mãe (faz um estalido com a boca e vai-se embora chateada)
Eu (foda-se)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Pensamentos Divergentes (nº185)


É este peso que me vem do peito e se lança de mim como braços para agarrarem os meus braços e me puxarem as mãos contra o peito.
Para não tocar
para não escrever
para não imaginar.
Para não chegar a uma verdade que não possa chegar ou para não sofrer a humilhação de sofrer.

De forma íntima, apenas conheço os meu cotovelos. Vão-me trair até à dobra cruzada do meu caixão.

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