sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Mulheres feias que já foram bonitas


As mulheres choram demais.

Rostos envelhecidos. Não pelo tempo, que o tempo não envelhece da forma que as mulheres envelhecem.

É tristeza que lhes contorce os rostos. E com o passar dos anos, mulheres de várias formas bonitas se tornam feias de igual modo.

As mulheres choram demais.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Boca e lábios


Não pretendo insultar a tua inteligência ou mesmo esse jogo de cartas que usas para cercar as emoções que invadem as veias. Que enquanto os outros se escondem por trás das mentiras, tu escondes-te por trás das verdades - sempre por trás das verdades. E por isso se soltam da tua boca adagas impunes e nunca te mostras. Porque o teu corpo é só a carne possuída pelas inegáveis constatações de um universo que é só teu. Nem de ti és veículo.

E eu podia ficar aqui a falar de ausências. Mas é mais que saudade. É mais que sentir a tua falta. 
Não sabes a morte que me fazes.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº657)


Passo tanto tempo da minha vida a andar de metro, que quando morrer quero uma lápide com letras verdes a dizer "Estação Terminal".

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Eu Nunca, o Eunuco


Eu tinha a certeza do desamor de viver. Entre brilhantes copos amarrotados, sonâmbulos sonetos esboçados, e noites esfoladas em pranto traçava fiéis caminhos de bonita tristeza, esperando que o teu corpo se materializasse das trevas para nele eu tocar. E a verdade é que não é por ter os dedos cortados que não te alcanço, mas sim pela provocação mal falada de tudo o que a travessa dos encontros nos silencia. Emigrei a mágoa em escrita maresia, para marcar os meus compassos até ao amanhecer.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Foda-se (nº81) ou "Afinal a minha mãe tem razão"


A propósito deste post, hoje numa pausa de trabalho fui para a rua deitar-me em bancos do jardim na Avenida da Liberdade enquanto um colega meu tirava fotos.

Quando mostrávamos as fotos a outros colegas era necessário dizer que era eu para perceberem que o gajo da fotografia não era um sem-abrigo a sério.

Foda-se.

domingo, 2 de dezembro de 2012

O dilema de Júlia


Quero que me uses. Que me faças tua mesmo que depois deites fora, com desinteresse ou desprezo. Porque não há quem me livre desta estupidez que é achar mais bonito ser infeliz ao teu lado que feliz sem ti.

Sesguidores