quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A patroa


Uma relação como deve ser entre um homem e uma mulher tem de ser uma relação em que a mulher saiba pôr o homem na linha.


Não é, querida?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Diário extraviado


Ainda te tenho na memória da pele. E eu esqueço-te todos os dias, mas o corpo nunca esquece as carícias que deseja multiplicar.
E mesmo o teu mau trato é o melhor que já sentiu, pois antes isso que a ausência que deixas quando vais embora dessa forma que os homens vão embora quando já não voltam.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

One flash of light but no smoking pistol


Porque não suporto melancolia a sós.

Pensamentos Divergentes (nº200)


Se surgisse a oportunidade
e se respeitássemos a honestidade daquilo que somos para nós próprios,
seríamos certamente amigos.
Poderiam, todos vós sem excepção, caso mo permitissem,
ser minhas irmãs e meus irmãos
e assim criar abrigos infindáveis.
E entre copos brindaríamos a cada um de nós à mesa sentado sem ter de proferir uma única palavra.
E eu seria mais que eu, e cada um de nós seria mais que todos nós juntos.
Se fossemos capazes, era o que eu faria.

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 523)


A cena do álcool e das dores físicas, é que não se tem a certeza se a dor está realmente a diminuir ou se é o efeito anestesiante do álcool e quando passar a bebedeira volta a dor com toda a porra da pujança, caso não venha ainda mais forte devido ao facto de a negligenciarmos durante a embriaguez.
E é exactamente o mesmo com qualquer outro tipo de dor.

domingo, 28 de agosto de 2011

Pensamentos Divergentes (nº199)


Ando a avaliar
a considerar
as causas prementes
deste amor que eu te afiguro.

(é que tu não sabes o que é viver com este fogo
sem ninguém que se chegue para se aquecer
A identação da tua silhueta é tudo quanto baste para convencer
a qualquer um que entre no jogo
o valor decalcado do teu ser)

Sem a preocupação
da realização
da ignorância dos outros
sobre o teu nome mais puro.

sábado, 27 de agosto de 2011

We're both aware through the years that I've been messed up too



Sinto que tudo o que alguma vez escrevi até este ponto na minha vida é uma sucessão de tentativas falhadas de descrever a mesma coisa, coisa essa singular e que me incomoda e que eu próprio desconheço. Sou uma derivação de mim mesmo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"Política? A sério?"


É certo que o José António Saraiva é filho de um historiador. Não é certo o carácter da sua mãe. Mas o que é certo é que o José António Saraiva é um filho da puta de proporções históricas.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

It's the way of living that I espouse


Se, como eu, a tua natureza é inclinada para o conflito e se, mesmo que por vezes, te aborreces quando está tudo bem e funcional, aqui te dou uma dica: tens um problema.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 522)


A minha OCD chegou a um ponto que já dei por mim a "reescrever" diálogos de um sonho enquanto este acontece porque "podiam ser melhores".

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Só para aligeirar


Porque este blog tem andado muito sério e pseudo-literário e não é disso que a malta gosta, tomem lá uma imagem parva para desenjoar.


Pensamentos Divergentes (nº198)


Percorreste ímpia os botões da camisa desconsolada
por mamílos ígneos bordados por uma vontade em ti plantada.

Numa nova noção realizada sobre a negação do prazer,
e do prazer irrealizado,
Despes independente de disparidade a paixão pelo lazer,
e o lombo do apaixonado.

Two bottles of whiskey for the way


Vamos embora daqui de vez?

Pensamentos Divergentes (nº197)

Carta - memorizada - a um espírito passado

Não tenho nada a dizer que, suspeito, não saibas já
pois sempre que te tenho por cá
qualquer um pode constatar,
ou pelo menos suspeitar,
que os meus olhos te pertecem
(e eles te pertencem
se te pertencem...)
Quando começou, eu não sei dizer
pois não existi antes de assim te ver.

E quando te lembras de me chamar pelo meu nome
há uma névoa que se some
como se finalmente
o ouvisse claramente
pela primeira vez na tua voz...
Algo me diz que sabes que é assim
e que talvez sintas o mesmo por mim.

Não tenciono roubar-te desse rapaz que a ti se deu
como eu ele apenas quer ser teu
mas não posso mais ignorar
que tu e eu parecemos partilhar
algo que não se sabe o que é...
Pode ser que tudo isto seja só confusão
amanhã espero por ti atrás do pavilhão.

domingo, 21 de agosto de 2011

Pensamentos Divergentes (nº196)


Se o fim está perto
e se nos roçam o coração as longas vestes do tempo
Que se solte o aperto
e Que se solte o lamento.
em passos ósculos as colinas passamos
portando a veracidade do sangue colhida em ramos
encapsulando o eterno momento.

sábado, 20 de agosto de 2011

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 521)


Bocage soa mais bocagiano quando lido sem medo em voz alta. A sorte é a minha sobrinha de 6 anos não perceber nada do que está a ser dito.

I'll shoot you now, put you in the ground


Um dia destes o monstro levanta-se da cadeira e vai aterrorizar as aldeias exigindo amor.

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 520)


Um dos prejuízos de crescer é perceber que crises e dúvidas existenciais não são coisas da juventude, é para a vida toda.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Se há coisa em que a igreja é consistente é na sua inconsistência


Papa adverte contra o totalitarismo, dizendo que é algo mau. Papa adverte também contra o relativismo, dizendo que é algo ainda pior. No geral critica o progresso, a coexistência de várias culturas e o pensamento individual e o público aplaude veemente. Vão-se foder.

I'll come another day and maybe you'll understand


Dizem-me que, com a idade que tenho, ainda não sei os factos da vida. E por muito que eu diga que não, que simplesmente são formas diferentes de ver o mundo, penso sempre que antes ignorar os factos da vida do que tornar-me assim.

O lobo no rebanho


A lâmina fazia-lhe um bailinho cósmico, suspirando coisas bonitas dos momentos que haveriam de vir. O desejo pressionava-lhe a parte inferior do estômago, prestes a rebentar de antecipação em uníssono com o batuque do coração. Ia parir esse desejo ainda essa noite, baptizá-lo em veludo escuro e cuidá-lo com carinho. Já tinha aprendido o abraço quente do jorrar do sangue e o clímax do poder e do momento em que observava alguém deixar de ser. Após restava a paz e a curiosidade dos olhos que pareciam estar ainda vivos num corpo - numa coisa - imóvel. Depois, a desilusão do fim; Mas antes do fim, o estrebuchar do cordeirinho dava-lhe tanto amor... e ele era sedento por amor, nunca saciava.
Deus criara-nos à sua imagem. O Deus que restava nas mulheres era criar vida. O Deus que restava nos homens  - e principalmente nos homens como ele - era o de findar a vida. E ele reinava divino e fiel com um singelo Amém.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Why do these words sound so nasty?


É esta cena à puto estúpido e com a mania que é provocador que eu ainda tenho que é dar-me um gosto extra em falar de merda, sexo e perversões à mesa do café quando está gente fina sentada na mesa ao lado.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

It's time to bring you down


O problema das mulheres que amam homens é que os amam de imaginação primeiro, sem se deixarem perceber que o que têm à frente em nada se assemelha ao que lhe disseram a vida toda para sonhar. E mesmo quando finalmente sabem disso, ainda assim o homem por muito falhado que seja tem de ser delas e só delas, por medo do que isso poderá dizer sobre elas se ele não o for. Não é por coincidência que todas as relações que começam com alguém cego por contos de fada acabam em pesadelo. É que no nosso mundo um homem só precisa de ser um homem, mas uma mulher precisa de ser a melhor mulher.

domingo, 14 de agosto de 2011

Pensamentos Divergentes (nº195)


Já não vos ouço na minha cabeça
a zumbir
Projectos para completar
o fim
Embora nada vos impeça
de sair
Presumo que um dia vão voltar
por mim

E ainda assombram a minha mão
a roer
Relâmpago sem o trovão
por entender
Tornar-se mais do que já são
e eu querer

sábado, 13 de agosto de 2011

Pensamentos Divergentes (nº194)


gritando borboletas ao ouvido
vislubrando o futuro
e quase tocando com os pés descalços
as dúvidas do abandono

ainda estarás lá
entre os arbustos da memória,
colapsando em vectores bonitos
afogados no céu de Outono

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

I hope for your sake that you are too


Estou a ficar velho para estas coisas; isto do romance só dá dores de cabeça. Por outro lado, nunca tive muita paciência para nada disto, por isso é possível que não seja eu que esteja a ficar velho mas sim eu que tenha sido sempre ligeiramente sociopático.


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 519)


Há pouco lembrei-me que tinha algo interessante para dizer por aqui mas logo a seguir lembrei-me que não não tinha e que sou mas é um mentiroso de qualquer das formas e por isso fui antes lanchar com o Hefner e as suas amigas.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

You can be addicted to a certain kind of sadness


Já não sou o miúdo tanso que levavas no bolso, brincando com desejos por entre os dedos da mão. Mas carrego-o todos os dias comigo. E eu sei que não me devia queixar por tudo o que eu também te fiz, mas é que nenhuma dessas coisas me tornou no que agora sou.

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 518)


Parece que quando estou só numa cama só consigo adormecer quando estou exausto ou ébrio. Qualquer meio termo é apenas ilusão.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

We is gwaian don't know wheia


Isto da vida é uma anedota sem piada que no fim ninguém percebe. E eu devia era lembrar-me disso todos os dias e divertir-me como o palhaço insignificante que sou e que todos somos. Groovy, Daddy-O.

sábado, 6 de agosto de 2011

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 516)


Cagar com a porta da casa-de-banho aberta é apenas uma das muitas vantagens de ter a casa só para mim.

Pensamentos Divergentes (nº193)

C12H16N2

Mais um segundo. Mais um segundo só e será demasiado para o suportar. Certamente explodirei antes de saber, antes de tomar novo ar. Em breve dissipar-me-ei em esporos de ideias irrealizadas num éter de destinos lavados a terebentina. Quero uma interjeição divina que interrompa os milissegundos que me restam de vida - preciosos milissegundos pontuados da criação e destruição de multiplos universos invisíveis e irrelevantes, pequenos infinitos constantes da incapacidade de atravessar meu corpo com meu corpo, meu corpo com teu corpo, teu corpo com meu

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Membros do CDS-PP e do PSD vão finalmente admitir a sua homossexualidade


"Museus de História Natural têm dois milhões de espécimes prestes a sair do armário"

And now for something completely different


Mais uma vez, desta vez como se acreditasse que será diferente.

Autopsicobiografia dos meus amores, da minha adolescência, e dos meus amores

A nossa disforme eloquência de sentimentos mancos e as nódoas nos sapatos. Projectando as nossas inseguranças no éter. Nódoas de lágrimas nos sapatos e o rímel esborratado. Tudo o que amávamos um no outro era a nossa capacidade de fingir que eu era algo que não era. E tu nos teus castelos de areia, na torre mais alta a desvendar um novo músico, artista ou modelo para te fartares a seguir. Eu uma imitação barata e mais acessível com a qual nos podíamos entreter. Fugindo à realidade das plásticas percepções que criávamos para não ter de estar sós. Sabendo em uníssono que eu não servia para ti e mesmo que servisse deixara de ser novidade. E as minha únicas característica interessantes eram a minha neurose e a minha vontade de morrer. Então matámos o bebé porque era a única forma de adiar que eu me transformasse nos meus pais e tu nos teus. Matámos o sexo um do outro e finalmente matámos o amor que nunca foi. Trapézios de luxúria para arder.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

The whisper, the promise, the solace


Estes dias servem apenas para lembrar que nenhum de nós quer estar aqui.

Somnialgia


O meu cabelo a ficar mais branco e escasso e os meus sonhos mais sangrentos e desesperados.

J B D


O horizonte em pontas finas. As ruas desertas se não pelos fantasmas de vultos por conhecer que o canto dos olhos fundia nos objectos passageiros enquanto procurava no rádio, sem sucesso, por uma música que ressoasse o que lhe ia dentro. Tinha o peito a bafejar e o potencial do mundo na ponta de cada dedo, marcando cada pulsação da consciência como se a última. E o lamento entalado entre os maxilares para lembrar que a insustentável dor dos últimos momentos empalidece perante o infinito nada que se segue.

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