segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº475)


O problema não é ter de trabalhar sob pressão, o problema é que só consigo trabalhar se for sob pressão.

Homens ao volante

No carro com a minha namorada a arranjar um sítio para estacionar

Eu - Olha, acho que aqui dá.
Ela - Força.
Eu (a fazer a manobra) - Espera... fiz merda.
Ela - Estás a fazer o quê? Não precisas de fazer marcha atrás.
Eu - Espera.
Ela (pegando-me no volante) - Viras assim e depois assim.
Eu - Pára quieta, larga!
Ela (continuando)- Chegas um pouco mais para a frente e depois viras assim.
Eu - Pára com isso!
Ela - Tu és totó a conduzir, não tenho paciência. Já com o R é a mesma coisa.
Eu - Mas tu não podes fazer este tipo de coisas. Não percebes que os homens são criaturas com um ego muito frágil?
Ela (já saturada) - Pronto.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº474)


O problema de estarmos determinados em ser toxicodependentes low-grade é termos de nos manter sempre num equilíbrio muito delicado. É a liberdade de tomar drogas dentro de um plano restrito e demoramos anos até sabermos fazer malabarismos com todos os nossos vícios à volta no ar. Consequentemente, quando queremos matar um dos vícios isso vai ter influência nos outros todos. Cortei nos doces - comecei a fumar mais. Cortei no tabaco - comecei a beber mais álcool. Cortei no álcool - comecei a beber mais café. Dê por onde der sinto-me sempre miserável porque me falta alguma coisa ao organismo e não ajuda que o meu vício mais saudável seja sexo e que este não esteja tão disponível como os outros.

SMS da minha namorada que está no trabalho dela


"Ao entrar na casa de banho vejo no fundo da sanita uma moeda de 5 cêntimos. Há quem tenha pedras nos rins, esta teve mais sorte."

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

And though you say you're my friend, you're not, you're one of them


Um dia destes gostarei de mim por um minuto que seja, um dia destes deixarei de ser paranóico, um dia destes vou ter coragem para me mexer, um dia destes ganharei um pouco de confiança a falar com desconhecidos, um dia destes conseguirei ser estranho por querer parecer estranho e não porque o sou mesmo, um dia destes deixarei de fazer figuras por ficar tão atrapalhado, um dia destes vou achar que até não sou tão pouco talentoso e inútil como isso, mas nenhum desses dias é hoje.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Coincidência? Não me parece


"Hoje, 24 de Janeiro, é o dia mais deprimente do ano, segundo uma fórmula matemática concebida por um cientista britânico da Universidade de Cardiff"
In Público

Depois do Cavaco ganhar com 53,37% de abstenção nacional vem o dia mais deprimente do ano.

Foda-se! (nº 55)


Como era de esperar, sofro da mesma frustração do meu colega. Quero que os portugueses vão à merda, estou farto deste país. Como é que isto é possível num povo que 40 anos atrás não tinha o direito de pensar em votar? Somos de facto a escumalha da Europa.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Everywhere an orchid grows


Depois de passar o dia de ontem a dançar pelas paredes e pelo tecto, hoje já me sinto melhor.


sábado, 22 de janeiro de 2011

catarse masoquista

sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota sou um idiota

Foda-se! (nº 55)



Não estou capaz de lidar com isto agora (até eu já perdi a paciência para os meus próprios dramas e neuroses).

Didn't want it to show


fits me to a perfect T

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Desabafo Democrático


Larga o punho cerrado que o teu mal é respirar. Entretens a vida a respirar com esse sibilar irritante de asmático, cada inalação mais inútil que a anterior. O melhor de entre nós não merece mais que comer a merda que nos dão de graça. O melhor de entre nós não merece mais que levar um tiro nos cornos depois de ser espancado e largado numa valeta. Eu lavo as minhas mãos, ressuscitem o filho da puta do Salazar, vejam lá se me ralo. Apanhem todos com a dita dura no cu que eu já não quero saber de ninguém, é bem feita que nos fodamos todos. Viver mal dá mais gozo que viver bem e não ter desculpa para os estupores que somos. Que tens feito tu de útil ultimamente? Que fizeste desde que nasceste? Um caralho, é o que tu fizeste. Só servimos para estragar um pouco mais a vida dos que nos rodeiam. E não me apontes o dedo, sabes bem que tenho razão. Se não tenho remédio se não ser um cabrão, prefiro ser um cabrão honesto. Ao menos deixem-me falar enquanto posso, que se for feita a vossa vontade nunca mais posso abrir a boca. Quero que reinem na vossa imundisse seus filhos da puta. Quero que digam com todo o gosto que o problema do mundo são os jovens, os libertinos, os paneleiros, as putas, os drogados, os pretos, os monhés, os ciganos, os ateus, o governo e a porra do padeiro. Quero que digam tudo o que têm a dizer porque no fim morrem todos miseráveis e sós. O problema são vocês. O problema é só quererem problemas e não soluções. O problema é a vossa vida ser toda dedicada a foder os outros. O problema é não terem cortado os pulsos partir do momento em que começaram a dizer barbaridades. E merda para mim e para todos os outros porque fazemos parte da vossa raça. Merda para todos os que não vos espancam cada vez que abrem a boca porque é contra os seus princípios e isso é baixar ao vosso nível - cobardia é o que é. São todos loucos, vejo agora que são todos loucos e querem-me levar convosco e um dia vão conseguir. Um dia quebram-me a força e deixam-me como vocês e eu ainda felicito os abutres. Espero que nesse dia a minha carne esteja tão azeda como os vossos corações e que vos dê uma indigestão - "Vão à merda, vão à merda, vão à merda".

Not over


Só quero é que chegue a merda do dia em que possa cantar esta música com sinceridade. Não me bastam os acordes e a letra.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº473)


Já nem sei dizer quando foi o último verdadeiro concerto que fui ver, no entanto estou aqui a combater o sono para ver Broken Social Scene a dar um concerto ao vivo pelo Youtube. Sentiria-me um triste se não estivesse a ser tão espetacular.

It's more productive than if I were to be happy









O mistério não é porque insisto em fazer mal a mim mesmo, o mistério é porque é que gosto tanto de o fazer.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Metade dos portugueses sofre de demência ou pura estupidez


"Metade dos portugueses diz que o país está pior do que antes do 25 de Abril"

Aconselho a ler a notícia na integra se estiverem capazes de passar do cabeçalho que eu agora só estou capaz é de ir pregar um par de chapadas a 50% do país.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº472)


Qualquer dia deixo de usar maiúsculas; estou farto de enfiar erecções no início de cada frase que escrevo.

The day when she goes


Saiam enquanto podem.

Pensamentos Divergentes (nº171)

tua alma
teu mundo
teu corpo
Nenhum para me saciar a fome.
Vou reinar os planetas em carne
- morder ser homem
- morrer a tentar ser homem

Pensamentos Divergentes (nº170)


Porque te esqueces que me pertences
se meia dúzia das tuas palavras é quanto baste
para me destruir a alma
e me venderes ao diabo

Porque tens essas outras pessoas
que te torcem e te fascinam
se de bom grado seria teu único brinquedo
para fartar e maltratar

(só me estarias a usar
se eu não quisesse que me usasses;
Não me usas que chegue)

Pena não estar sempre assim

Uma amostra do tipo de monólogos em que a minha namorada entra depois de beber uns copos e eu a estou a levar a casa no meu carro

"... é que tu és mesmo bom, da ponta dos pés até à ponta dos cabelos. Nem sabes o que te fazia. E é que o usares esses óculos só te favorece, pareces um britânico, estás a ver?... Não, mais um americano. Daqueles em bandas indie. Estás-te a rir do quê?"

sábado, 15 de janeiro de 2011

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

White & Nerdy


A quantos de vós já aconteceu estarem a tomar um duche com a vossa namorada e ela sentir a necessidade de dizer "Não vamos falar de universos paralelos, 'tá? Nem de teoria das cordas ou buracos negros."?

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

I don't know why, it's not that I don't try


Torna-se mais claro cada vez que A vejo que a minha inconstância em relação a tudo e as minhas mudanças de humor se tornam cada vez mais pesadas. Um dia parte-se.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Foda-se! (nº 54)

É preciso dizer que há uns tempos mudei para tabaco de enrolar. Por isso, quando estava no café com a minha mãe

Mãe - Dá-me um cigarro.
Eu (pus o tabaco em cima da mesa) - Toma.
Mãe (especada a olhar para mim) - ...
Eu - ...
Mãe - Não tens cigarros?
Eu - Estão aí à tua frente...
Mãe - Mas eu não quero disso.
Eu - Mas... tu sabes perfeitamente que é isso que eu fumo.
Mãe - Eu não quero fumar à mexicano.
Eu - À mexicano?!
Mãe - Sim, sempre a cuspir tabaco, que nojo.
Eu (foda-se) - Mas... têm filtro, são cigarros como outros quaisquer só que enrolados por mim.
Mãe - Vai-me lá ali comprar tabaco.
Eu (em pensamento) - Foda-se.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Têm-me acontecido as coisas mais estranhas



E todas de alguma forma relacionadas com este blog. Fuck my life.

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº471)


Cheguei hoje à conclusão que uma das razões por, durante a minha adolescência, ter gostado tanto de uma rapariga em específico foi porque ela me disse um dia que eu era tão diferente dos meus pais que nem parecia filho deles.

Casca de Noz


Lembras-te quando tínhamos os dias contados? O calendário era dividido em comprimidos que nos mandavam tomar, e os outros que nós decidíamos tomar. Esperanças dilatadas dissipando mãos infinitas no éter. E as quatro paredes, quadro míseras paredes, sobejavam em vastas coisas.
Conta os dedos dos pés outra vez para ver se é mesmo verdade. As drogas sempre te deram para a paranóia. Eu tocando guitarra e tu a chorar de janela aberta para me gelares o corpo.
Morreste no fim de um Verão.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Escritofilia


Uma característica das casas da rua em que moro é que a casa-de-banho de uma casa está pegada à casa-de-banho da casa ao lado. Por isso, e por alguma desconhecida propriedade acústica dos canos sanitários que trespassam uma fina parede que separa duas realidades, torna-se extremamente fácil a partir dessa divisão escutar a vida dos vizinhos, o que propência a uma espécie de voyeurismo auditivo. E às vezes dá-se o caso de um gajo ir apenas dar uma mija e acabar por ficar 15 minutos na casa-de-banho porque há o som de um chuveiro e de mobília e objectos a caírem por todo o lado, uma criança a chorar, um homem a reclamar e uma mulher a gritar "Eu não mereço isto, ouviste?".
Porque comecei a sentir-me extremamente baixo vim para aqui escrever qualquer coisa para fazer de conta que a minha cusquice faz parte de um processo literário e por isso é arte e por isso tenho desculpa e não sou tão mau assim. É que se não me conseguir enganar não consigo adormecer.

Out in the open


Pergunto-me como seria se acordássemos amanhã e de repente o mundo todo se tivesse deixado de merdas, preconceitos e paranóias.

sábado, 8 de janeiro de 2011

"Verdade seja dita, é bem visto"

No bar, a conversar sobre situações embaraçosas

Eu - E agora entrava aqui a ex do R.
R (sem achar piada nenhuma) - ... É pouco provável.
D - Como sabes?
R - Ela está lá para *****.
D - Ainda? Não voltou já?
Eu - O gajo não tem Facebook, pá.
R - Pois, não sei dessas coisas. E ela ou mudou de contacto de MSN e não me disse nada ou então bloqueou-me. Mas também não quero saber.
Eu - Olha, a mim nunca nenhuma ex-namorada minha me fez isso! Vê tu o que elas gostaram de mim.
D - Ou então o que elas não gostavam delas próprias...
Eu - ...
D - Ó! Pronto, desculpa.
Eu (dando um trago de cerveja) - Não, não...
D - Vá lá!
Eu (dando outro trago) - Deixa estar...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Duplo Bluff

A minha namorada está doente. Telefonei-lhe há pouco

Eu - Vou só despachar aqui umas coisas e já vou ter contigo, ok?
Ela - ... Ok...
Eu - Que foi, não te interessa que eu te vá fazer uma visita?
Ela - Não, se quiseres vir vens. Eu já me sinto melhor, por isso não há problema.
Eu (ai é? já te digo) - Então pronto, até amanhã.
Ela - O QUÊ?
Eu - Se tanto te faz, vemo-nos antes amanhã, dá mais jeito.
Ela - Mas isso significa que a ti tanto te faz ver-me hoje ou não, por isso vai à merda!
Eu - Ahahaha!

A hater in the depths of an emotional hibernation


O que eu queria agora era estar num daqueles festivais de Verão ou então de novo algures a passear pela Áustria. Fora daqui, basicamente.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A Gestação dos Tristes


Quando a minha irmã engravidou fiquei a saber de que se fala ao pé de mulheres grávidas. Nunca fui hábil nas típicas conversas sociais, mas foi possível aprender uma ou duas coisas. Para minha grande surpresa, um dos temas principais é tudo aquilo que pode correr mal com a gravidez, parto ou mesmo com o bebé. Não via isto como sendo apenas contra-intuitivo; parecia-me antes ser o tipo de assunto que se deveria evitar ao máximo na presença de alguém que já poderá ter os seus próprios medos e inseguranças em relação a um processo tão delicado - não me parecia de todo necessário ter outras pessoas a ameaçar premir um gatilho emocional. Curiosamente, a principal fonte de negativismo ameaçador são as velhas matriarcas que visitam a inexperiente mãe e a presenteiam com pequenas meias de lã, roupas de bebé usadas, e com circunstanciais histórias de terror sobre uma conhecida ou uma amiga ou uma conhecida de uma amiga que, quando foi a sua vez, quase morreu por algum precalço biológico ou desastre médico. Quando os contos não são sobre o perigo de saúde da mãe costumam ser da criança que teve alguma má formação ou outro tipo de azar, ou sobre o sofrimento e alterações físicas em geral que estão incluídas ao longo do processo.
Todo este comportamento pareceu-me bizarro e cruel, mas a parte mais estranha é que as outras pessoas parecem achá-lo "perfeitamente normal". Desde essa altura que testemunhei o mesmo a acontecer com outras grávidas que não a minha irmã sem que alguém hesitasse ou arqueasse as sobrancelhas. Já da minha parte, lembro-me de ter flashbacks quando, pouco após dar à luz, ajudei a minha irmã durante um dia. Não foi nada de traumatisante até ela me chamar de dentro da casa-de-banho para a ajudar a colocar uma cinta à volta da barriga que, segundo as palavras dela, se usa para "voltar tudo ao sítio". Ela estava despida e de pé na banheira e descobrira que não tinha força suficiente para apertar a cinta como era suposto. Eu estava relutante a ajudá-la nessa tarefa em específico pois todo o cenário era-me reminiscente a tortura medieval, mas após breves minutos conseguiu-me convencer. Arrependi-me depois de alguns instantes a sufocar-lhe o abdómen flácido quando de entre as suas pernas começou a pingar uma substância espessa, feia e grumosa, com cor de sangue só que mais escuro. Senti náuseas. É perfeitamente normal, não te preocupes. Vieram-me imeditamente à mente as narrativas gráficas que envolviam placentas e mulheres a esvairem-se em sangue na maca sem que os médicos pudessem fazer nada. Mano, estás bem? - Sim, sim... Já está apertado que chegue? - Acho que sim, obrigado. - Não tens de quê. E fugi o mais rapidamente possível da casa-de-banho, fechando a porta e o pesadelo atrás de mim.

Desde aí que comecei a perceber que não fazemos isto apenas com a gravidez. No geral, temos mais facilidade em falar de coisas más. Afinal de contas, uma história sobre uma desgraça fará com que outra das pessoas presentes se lembre de uma desgraça ainda pior e podem-se passar horas de conversa nas quais as pessoas envolvidas tentam suplantar-se umas à outras.
Durante muito tempo adicionei esta característica a uma longa colecção de defeitos que vejo na população portuguesa (não se trata só de repulsa pela pátria, que por sua vez é uma característica muito típica dos portugueses; é só que é mais fácil generalizar atributos negativos a toda a gente à minha volta do que manter uma pontuação detalhada das pessoas em específico que conheço). Mas o que era suposto fazermos? Falarmos uns com os outros de coisas boas que nos acontecem? Não é uma boa forma de olear uma conversa, incita antes a um não proferido "E então? Para que quero eu saber isso? É só para me esfregares na cara que eu estou na merda e tu não, é isso é?". É de mau tom e de má educação partilharmos coisas positivas com os outros e é difícil imaginar um mundo em que tal não fosse verdade. Era necessário que não fossemos todos, de uma forma ou de outra, frustrados da vida.

Penso que talvez seja por isso que gostamos de partilhar pequenas histórias trágicas. A tristeza e a mágoa ressoam mais facilmente que a felicidade e o contentamento, e a uma dada miséria qualquer um que a oiça lhe pode acrescenter um ponto. As coisas más são melhor recebidas no geral e por isso são um bom tema de conversa. O mesmo acontece até aqui na blogosfera em que parece que os bloggers claramente neuróticos, queixosos, soturnos e egocêntricos na sua própria miséria são merecedores de uma quantia razoável de atenção.
Só dou graças é por eu não ser um deles.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Alguém me ofereça isto pelos meus anos


É a única linguagem que demora a vida inteira a aprender.

Finalmente!


"Depois de multados em Espanha e Itália, Power Balance obrigada a admitir na Austrália que pulseiras do equilíbrio não funcionam"

Voltem-me lá a dizer que sou demasiado céptico e que tenho a mente fechada ó ingénuos mentecaptos deste mundo.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Só queria não escrever, não fazer, não construir, trabalhar na função pública e dizer mal do governo


Por agora é assim


Sempre a fugir, sempre a fazer para não pensar. Esta merda de vida não avança e eu sou viciado em mudança. Como demora demasiado tempo até ver progresso na minha vida tento outros pequenos progressos. Quis aprender a fazer coisas novas na guitarra. Quando isso não chegou, passei para o violino e agora o piano. É que cada dia que passa notam-se pequenas melhorias, coisas que consigo fazer e antes não conseguia. Mas ainda não consigo por um pé na rua sem querer morrer e levar-vos a todos comigo. Ainda não consigo falar na cara de alguém sem esta porcaria de personagem que encarno, esta máscara que me amordaça os gritos; sou perito em pantominas e malabarismos de retórica, pena é ainda não conseguir cuspir na minha própria cara enquanto falo a merda que falo. Durmo nos despojos de textos, músicas e projectos que nunca acabo por já não me darem a droga que preciso e eu sou a minha obra mais incompleta porque nunca tenho coragem de levar até ao fim uma coisa que eu sei que vai ficar feia, imperfeita e banal. Preciso lá de resoluções de ano novo, passo os anos inteiros a tentar ser coisas que nunca vou ser e toda a gente à minha volta a ver o circo a cair.

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº470)


O meu médico de família informou-me hoje que perdi 10 quilos desde a última vez que o vi. Só agora percebi porque é que tenho roupa de Inverno tão larga.

Disputa geracional

Estava a praticar piano quando o meu Pai entrou na sala

Pai - Porque é que tocas essas notas assim?
Eu - Porquê, era suposto usar apenas o movimento dos dedos?
Pai - Pois claro.
Eu - Dá-me mais jeito e gosto mais de intercalar usando o pulso.
Pai (com algum desdém) - Bah, isso são técnicas de Rock and Roll!
Eu (em tom de desafio) - Então óptimo!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

I am kept in my shell


Amanhã quebro este ciclo vicioso e faço alguma coisa da minha vida antes que comece a bater com a cabeça na parede até entrar em coma.

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº469)

No duche, que por alguma razão é onde me surge a maioria destas frases

"Não é pecado cobiçar a mulher do actual; é a vantagem de haver sempre um gajo que vem a seguir com uma parceira ainda melhor"

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