terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Por agora é assim


Sempre a fugir, sempre a fazer para não pensar. Esta merda de vida não avança e eu sou viciado em mudança. Como demora demasiado tempo até ver progresso na minha vida tento outros pequenos progressos. Quis aprender a fazer coisas novas na guitarra. Quando isso não chegou, passei para o violino e agora o piano. É que cada dia que passa notam-se pequenas melhorias, coisas que consigo fazer e antes não conseguia. Mas ainda não consigo por um pé na rua sem querer morrer e levar-vos a todos comigo. Ainda não consigo falar na cara de alguém sem esta porcaria de personagem que encarno, esta máscara que me amordaça os gritos; sou perito em pantominas e malabarismos de retórica, pena é ainda não conseguir cuspir na minha própria cara enquanto falo a merda que falo. Durmo nos despojos de textos, músicas e projectos que nunca acabo por já não me darem a droga que preciso e eu sou a minha obra mais incompleta porque nunca tenho coragem de levar até ao fim uma coisa que eu sei que vai ficar feia, imperfeita e banal. Preciso lá de resoluções de ano novo, passo os anos inteiros a tentar ser coisas que nunca vou ser e toda a gente à minha volta a ver o circo a cair.

2 comentários:

André C. disse...

Se eu te disser que me apetece fugir, precisamente por causa de algumas coisas como as que escreveste neste texto, acreditas em mim não acreditas?

T disse...

É uma coisa comum, está descansado que há uns quantos milhões como nós.

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