quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 567) - But if you're dancing you're a dancer


Neste momento da minha vida, acho que a minha falta de crença em Deus apenas me impede de uma vida sexual mais apimentada. Como não tenho razões para acreditar no pecado não tenho essa excitação extra quando cometo os ditos uma e outra vez sem remorso.


(P.S. - Era desta banda que te estava a falar na outra noite, R)

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 566)


E esta noite descobri que também escrevo poemas nos meus sonhos e que são ligeiramente mais merdosos que os seus antípodas.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Here with the truth


Como eu me tenho sentido ultimamente a tentar convencer pessoas que eu sou tão espetacular que precisam de me dar um trabalho, mas sem a parte do sucesso:

Pensamentos Divergentes (nº252)


entortas os olhos para beber do copo centrado na cara como se toda a vida lá fosse parar
e vai
que é o único que tu podes comentar
sobre este tédio do caralho
que é nunca ninguém dizer nada de novo ou original
como tal
cura-se o tédio usando o caralho
até ao próximo momento em que o excitamento diminui e te apercebes que volta tudo ao mesmo
não és mais cretino que os outros
às tantas e aos poucos aprendemos que a vida é para se passar a olhar pasmado para vitelos pintados de ouro
pensando que tesouro,
quando crescer quero ser um touro,
vou comprar um para decorar a minha sala-de-estar pousado ao lado do retrato familiar
só que numa cor ou num animal mais original
para empurrar esta murraça existencial que só me deixa pensar
e sais à rua
sempre na tua
a olhar para as pedras da calçada que é a namorada do teu socializar
é bem
faz o que a ti te convém
é o que fazemos todos

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 565)


Esta noite descobri que na minha cabeça um sonho em que sem querer mato uma mulher feita de gelado de mirtillo tem também espaço para eu aprender cozinha gourmet e discutir com amigos do passado que não vejo há uma porradona de anos.

Guerra (fria) Geracional



O mais irritante dos conflitos geracionais é que aquilo que as pessoas percebem sobre o que está subjacente ao dito conflito demonstra-se como constituído por mitos obviamente falsos ou por ignorância voluntária (que é a mais desprezível das ignorâncias, porque há várias e nem todas são assim tão más). Por parte dos jovens o exemplo mais reconhecível, particularmente nos adolescentes, é o tal de de que os mais velhos não sabem como é sentir-se como o adolescente em questão se sente. Apesar de logicamente dever ser óbvio que é pouco provável que tal seja o caso, poder-se-á desculpar o lapso pela emocionalidade e drama induzidos por overdose hormonal. O bom deste tipo de mitos por parte dos mais jovens é que tendem a desaparecer à medida que avançam na idade. O mau, é que existe sempre a necessidade de manter a superioridade e o estatuto moral, adoptando-se para tal novos mitos sobre as diferenças de idade.
Os mitos por parte dos adultos são os mais difíceis pois são largamente aprovados por "quem manda". E a parte pior é que nem é necessário ser um adolescente imberbe e cheio de acne para ser vítima deles, basta sermos os mais novos numa conversa em que haja um divergir de opiniões. E vou falar aqui daquele que pior me faz à alma.

Surge em várias formas, sendo as mais comuns "Quando chegares à minha idade vais perceber/Mais tarde quando cá chegares vais ver como eu tinha razão" entre outras. Conseguem ver a condescendência a espumar do ecrã do vosso computador? É precisamente esse o principal problema. É um atestado de incompetência sem justificação nem carimbo e com um manguito por assinatura. Além do mais, é uma forma de decepar a conversação através de um trunfo falacioso que uma vez posto na mesa o jogador já não retira - é uma forma inequívoca de mostrar que o diálogo terminou.
Não é que não haja solução para isto. Seria mais útil para todos se o experiente sábio explicasse "Quando tinha mais ou menos a tua idade também tinha essa opinião mas entretanto aconteceu-me X que me fez sentir Y e por isso agora penso Z". Porque o erro está em pensar que é a idade que dá estatuto; o que dá estatuto é a experiência e a capacidade de pensar nas experiências vividas. É que com este estúpido argumento, sem se aperceber, a pessoa está a insinuar que todas as pessoas experienciam as mesmas coisas, vivem essas experiências da mesma maneira e chegam todas à mesma conclusão, o que colocado desta forma é claramente falso para qualquer indivíduo pensante. Além do mais, somos todos indivíduos diferentes e mesmo que passemos por coisas semelhantes as nossas opiniões sobre essas experiências podem divergir de forma radical sem que nenhum de nós esteja necessariamente errado.

Não consigo evitar pensar que são alguns destes mitos que dificultam uma melhor relação e entendimento entre as pessoas. Andamos todos a olhar uns para os outros com óculos de superstição e o problema das lentes supersticiosas que é nunca desembaciam. Esta minha irritação em particular, ouço-a desde o início da minha adolescência. Tenho agora 25 anos, caminhando para os 26, e continuo a ouvi-la com a mesma frequência. Para os mais jovens que me lêem, se acham que agora é irritante ainda não viram nada. Quando cá chegarem é que vão perceber e vão-me dar a razão.

Go ahead, take your time


Depois de estar tanto tempo adoentado, aquilo de que sinto mais falta é de andar na rua e tropeçar em pequenas triviais aventuras.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 564)


Segundo o meu sitemeter, vêm cá parar a este blog de forma constante e insistente pessoas que fazem copy-paste no google de frases ou parágrafos inteiros de textos meus. O que significa que ou alguém anda a usar textos meus noutro lado e o pessoal vai procurar a origem curiosamente ou que alguém que me lê duvida que sou eu a escrever o que escrevo e vai procurar a origem do meu plágio. Mais importante ainda, isto tudo revela muito do meu neuroticismo.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Pensamentos Divergentes (nº251)


a galinha é um animal que sozinha não é galinha
porque quando cacareja não é para comunicar
mas para fazer as outras galinhas ecoar
o cacarejar que é portanto antes um cagarejar

Spending your time thinking about why you think so much


Nada como passar dias seguidos acamado com o tempo que tem estado para perceber como temos desperdiçado o nosso tempo.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Sustenido


Quase te telefonei para te dizer que eu já não sei como estar e que não é justo este terrorismo libidinal que executas perante mim. Que sonho-te na minha cama todas as noites e nem é o prazer que me move mas a doença de não te ter. E eu não te quero. Porque eu nem saberia o que fazer contigo se eu te tivesse. Mas parece errado não nos provarmos uma vez que seja, mesmo que isso nos condene aos dois para sempre. Tudo está errado, podemos errar juntos.

Pensamentos Divergentes (nº250)


Novelos de mágoa nos bolsos
que quando começas a puxar
não páram de desfiar
e as traças no pescoço
arrepiando os cabelos da nuca
e os pés descalços
que nunca tocam o chão

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Slept in all day, this is my sound


A única vantagem de estar doente e de cama o dia todo é que a febre e os sonhos resultantes desta servem para um gajo se entreter.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Por obra e graça de um senhor



Há uns bons tempos atrás, uma bondosa alma cristã terá reparado pelo meu blog o quão herético eu por vezes sou e ter-me-á subscrito com o mail que divulgo neste blog a uma newsletter católica portuguesa que consiste principalmente num conjunto de blogs de opinião sobre religião e o estado da sociedade.
Se foi seu propósito irritar-me com tão ligeiro inconveniente ou iluminar-me o espírito dando-me uma hipótese final de aceitar Jesus Cristo como meu salvador, não cheguei ainda a nenhuma destas duas conclusões. Mas devo admitir que não ainda não retirei o meu mail da newsletter nem a reportei como spam devido ao puro divertimento que me proporciona, para além de me educar sobre o que anda lá fora.

Por exemplo, não era do meu conhecimento o medo que alguns católicos paranóicos têm da maçonaria em Portugal, chegando até a tomar como certas teorias da conspiração que insistem que esta domina o governo português e o PSD em particular. Também não sabia que ainda havia gente pseudo-intelectual a utilizar o termo "invertido" para a população homossexual e não sei o que é me impressiona mais: este termo antiquado não ter ainda caído em completo desuso ou o facto de isto significar que em algum lado há cristãos a lerem textos das ciências sociais sobre sexualidade humana, por muito antigos que estes sejam. Por último, parece que o aborto é considerado violência doméstica e quem discorda é um comunista toxicodependente degenerado.

Mais impressionante que isto é que... ninguém quer saber. Do que consigo discernir, nenhum destes blogs tem visitantes regulares ou em grande número. Também é difícil perceber se alguém se indigna com os seus posts imbecis, visto que apesar de estes serem muitos e extensos não se encontra um único comentário, o que significa que são apagados, nunca são aprovados ou simplesmente não há ninguém a comentar.
Tenho andado deliciado com este pequeno segredo que aparentemente é só meu. Vou lá ler de vez em quando o que se passa e rir-me à custa de textos ignorantes e dementes em que mais ninguém parece reparar. Sou ateu, mas sem dúvida anda alguém a olhar por mim e pelo meu divertimento.

Pensamentos Divergentes (nº249)


A fera que dança nas tuas mãos
conheço-a de outrora
e sei que se continuares a conversar-lhe as horas
há-de mastigar-te os dedos
e mudar-te o sorriso
e afastar-te de mim

Pensamentos Divergentes (nº248)


no teu mundo tudo é tão sério
e os tons de cinzento, embora te assentem bem,
são fracos para retratos de amor como o teu

porque tudo termina
o que não é sofrimento deve ser vestido por nós de prazer
e os beijos não foram feitos para selar com lacre

por isso vem brincar comigo,
perseguir-me sopro entre os dedos,
afugentar os incómodos da luz do sol

Buckle-up and endure


Estamos todos a pingar de doença.

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 563)


Isto de nascer privilegiado por mero acaso geográfico numa minoria estatística da população mundial às vezes até dá nojo. Deve ser por isso que tanta gente rica e famosa recorre a ideais neo-budistas adaptados para uma população ocidental: como forma de justificar a sua ridícula boa fortuna no presente através de "boas acções" em vidas passadas mais sofredoras.

Pensamentos Divergentes (nº247)


Os lençóis cheiram a suicídio
e aos vícios do papá
e os punhos dos putos mostram-se ígneos
aos passatempos de cá
E enquanto a família faz o molho
a dor é coisa que facilmente se evite
enquanto o Diabo esfrega o olho
cheio de conjuntivite

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Is it lyrical genius or crap rock poetry?


Quem diga que eu não sei festejar é porque não me viu na festa certa.

Pensamentos Divergentes (nº246)


Sei que andas em torno da minha mente
e de todos os outros também.
Conheço-te o apêlo e o contorno.
E sou familiar desse desejo
de te explorar o sobejo
sem acorrentados cem.
Mais,
sei que quem te chama de insanidade
não te quer conhecer de verdade
nem tem palavra no seu próprio bem.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Pensamentos Divergentes (nº245)


professores tutores educadores
educando as dores dos futuros setôres
incapazes senhores de largar da própria mão
que pior que contestar a autoridade da sua irrazão
é questionar em ingénua genuína curiosidade
o porquê da inevitabilidade do seu Não

Pensamentos Divergentes (nº244)


padres partem putos como pratos
pratos retratos de recônditos resguardos
de relembráveis renegados passados
passados portanto partindo putos pratos

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 562)


A minha namorada vira-se para mim e diz-me:

"Aquela brasileira de ontem tinha um corpo jeitoso"

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Hold your devil by his spoke and spin him to the ground


Acordo sempre niilista. Ao longo do dia é que vai evaporando.

Pensamentos Divergentes (nº243)


Lembras-te do teu primeiro orgasmo
aquele de que te quiseste livrar durante segundos eternos por não caber em ti?
É assim a verdade que tenho para contar
só que a minha boca não foi construída para o conseguir realizar.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Pensamentos Divergentes (nº242)


Ó homem detestável que eu tanto amo
a tua resposta seria um milagre
ao porquê dessa tua vontade
de lavar o coração com vingança e vinagre

a força nos teus punhos cerrados
vi-a eu crescer de tão forte que já era
e eu sei que é doce a intenção por trás da revolta
e que é a tua bondade que a gera

porque o mundo não é o que desejas
nos teus olhos de criança honorável
por isso continua fiel ao que não és
e nunca deixes de ser um homem detestável

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Girls worst love pet


Se a guerra dos sexos fosse real eu já a tinha perdido.

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 561)


O meu futuro é brilhante, visto que todas as empresas guardam o meu currículo para "referência futura". O meu presente, para referência futura, é que está um bocado merdoso.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Googlices (nº24)


"gajas porcas" - Eu nem me considero um gajo particularmente brejeiro ou chauvinista. Preocupa-me que tanta gente venha cá ter através desta pesquisa.

"gajo loiro a ser sufocado" - ... que raios? É verdade que só uma pessoa veio cá ter com esta pesquisa, mas fico ainda mais preocupado.

"contra master system" - Noob, o Contra é da Nintendo.

"mineteiro profissional" - Bem, elogias-me, mas não diria tanto...

"axilas de mulher suadas" - Se é isso que te dá tusa, quem sou eu para te julgar.

"pinto torto as mulheres gostam mais?" - AHAHAHAHAHAHA!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Don't mind bleeding


Dedicado a todos os que estão sozinhos neste dia. Que é uma forma de dizer: "não se ralem".

Dia dos Conformados



Todos os anos no 14 de Fevereiro dá-se o mesmo circo de opiniões usadas. As facções organizam-se, geralmente, em dois grupos: os que gostam de celebrar este dia, e os "cínicos".

O primeiro grupo é largamente constituído pelo menor denominador comum, as pessoas que foram e permanecem convencidas de que coisas como João Pedro Pais, a saga Twilight e o John Mayer são do maior romantismo e foram alguma vez relevantes. O dia está principalmente dirigido para as mulheres deste grupo, explorando as suas inseguranças. Não é que o dia em questão faça qualquer tipo de gesto mais romântico, mas há a obrigação do romantismo, pois se o namorado não fizer nenhum gesto neste dia será porque afinal não gosta dela ou não se preocupa com a relação. É portanto um dia propício ao misticismo e às superstições relacionais.
Já o segundo grupo, é principalmente constituído pelos indivíduos que sabem a "história" do dia e se ofendem com o desavergonhado capitalismo que se esconde por trás e com a tentativa de manipular aquilo que é percebido como a mais nobre das emoções humanas. O dia é encarado com alguma repulsa, não pela data do calendário mas pelas demonstrações televisivas que os querem obrigar a celebrar uma falsidade, um derivado sintético da emoção real.

Eu já tive uma altura em que me preocupava com estas questões. A verdade é que tanto eu como a minha namorada sabemos que este é um dia como os outros e que nada significa. Nem sentimos obrigações especiais. Tentamos tratar-nos bem um ao outro todos os dias do ano e hoje não irá realçar nem diminuir essa tendência. Vamos, no entanto, tratar este dia pelo que é: uma desculpa para, numa má economia, gastar dinheiro num restaurante e aproveitar a companhia um do outro.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Dreams should come true


Amanhã dedico-me a ser awesome. Hoje vou procrastinar e enrolar-me em auto-comiseração. Mas amanhã sem falta começo a ser espetacular.

Conversa Conjugal (nº29)


Ela - ... Diz-se que os homens que traiem uma vez são capazes de trair outra vez. Mas contigo até me sinto segura porque tu não gostaste de o fazer.
Eu - Gostei, gostei.
Ela - O que é que tu acabaste de me dizer? Não acredito!
Eu - Estou só a ser sincero...
Ela - ...
Eu - No momento em que o estava a fazer gostei. Gostei bastante até. E não olhes assim para mim. Eu gostei no momento mas imediatamente a seguir senti-me terrivelmente mal e isso durou e durou. Não tenho vontade de o repetir.
Ela - ...
Eu - Que foi?
Ela - Qual delas é que traíste com qual? É que eu nunca sei porque tu andavas sempre a saltar de uma para outra. Essa fase da tua vida é muito confusa.
Eu (Foda-se)

A Morte como Musa



Não imagino, para a maior parte de nós que constituem a nossa humilde espécie, maior tédio que o tédio de viver para sempre. É verdade que, para uns quantos de curiosos iluminados, o aborrecimento de existir sem o constante pairar de um término fatal poderia ser estancado, nem que temporariamente, pela vontade de conhecer e explorar mais, o que se tornaria bastante útil visto que o conhecimento perfeito é impossível ou pelo menos inconcebível no nosso presente estado. Mas para a maioria, uma eternidade a viver seria uma eternidade sem nada a fazer. É talvez aquilo em que os profundamente religiosos, sem o saber, mais acertam - o desejo de morrer para finalmente se verem livres da sua miserável existência.

Os motivos contra a execução da imortalidade são já um lugar-comum e muitos melhores que eu o explicaram detalhada e poeticamente antes de eu ter tido a oportunidade de pegar num papel e numa caneta. Ainda assim, a natureza humana é a de procurar a imortalidade, seja ela literal ou figurativa, e o desenvolvimento científico aproxima-nos cada vez mais ao momento mais significativo da história da humanidade: Viver para sempre ou não?
A não ser que o progresso científico que temos vindo a viver nos últimos séculos seja abruptamente atrasado, será um momento inevitável. Ainda que não procurássemos uma alternativa à morte de forma activa, o mais certo seria tropeçar nela mais tarde ou mais cedo durante uma investigação aparentemente não relacionada. Acontece constantemente.

A minha preocupação vai para além das questões éticas centrais a este futuro momento. É que temo que uma imortalidade factual possa levar à extinção da procura de uma imortalidade metafórica. Temo o que seria da arte, da escrita e da música sem o constante bafejar do Ceifeiro nos seus pescoços. Não digo que deixassem necessariamente de existir por completo - a necessidade de expressão e da catarse através da libertação artística é inerente à nossa natureza e além do mais uma vida eterna necessita de ser entretida com tudo aquilo de que nos possamos auxiliar. Não, o meu medo é outro. É que se deixe de fazer arte com O Desespero. Porque o desespero, para mim, é belo.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Pensamentos Divergentes (nº241)


retorna o corpo em eixo sincopado,
noite taciturna é noite estrelada,
e sê eu em ti mais um bocado
que amor só é amor se o animal sorrir,
que dar-te o meu esperma é mais que dar-te do meu sangue:
é dar-te o meu sangue que há-de vir.

Darling, this is me coming clean


Hooked Up On Us by Jay Jay Pistolet on Grooveshark

As únicas estações tão nostálgicas como o Inverno são o Outono, a Primavera e o Verão.

Pensamentos Divergentes (nº240)


de noite ou de dia
se olhas para mim
cobre-me a miopia
em cor de marfim

não chego a secundário
muito menos a principal
sou herói de otário
e a ficção para ti é mais real

ai o que eu queria ser o marcador
dos livros da Raquel
porque o coração dela
existe só no papel

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Needing is one thing and getting's another


A forma mais complicada e idiota de fazer uma coisa é frequentemente a mais divertida ou pelo menos a que melhor entretem. Ando bem entretido há mais de 25 anos.

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 560)


"Educar o nosso coração é como educar uma criança. Se formos negligentes com ele, algum desconhecido acabará por o levar."

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 559)


Nota para o futuro: nunca, nunca, nunca, NUNCA mais ouvir blues enquanto se passa uma tarde à procura de emprego.

Agora como castigo e como forma de sair desta depressão vou-me por a ouvir Sum41.

Pensamentos Divergentes (nº238)


Tenho armado as noites com o meu cavalo de vidro,
tapando-me com um cobertor de retalhos dos nossos amores falhados
pronto para lutar as guerras já perdidas com os soldados mortos cravados nos lábios de toda a gente que sai para estas ruas com a coluna em espiral de olhar em torniquete.

Open up a beer


Ainda não consegui decidir se gosto ou não desta miúda, mas a música tem andado a repetir-se por cá.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 558)


A principal diferença entre homens e mulheres é que uma mulher a chorar em roupa interior só aumenta o dramatismo e a estética da cena, enquanto que um homem a chorar em roupa interior fica apenas triste e possivelmente ridículo.

Coisas Que Um G... Foda-se! (nº72)


Ando a enviar currículos como quem lança mensagens ao mar numa garrafa. À espera que, contra todas as probabilidades, a fortuna faça o meu gesto chegar a alguém a quem o conteúdo faça sentido.

E durante o tempo em que escrevi a frase anterior, apercebi-me que é isso também que eu faço neste blog há já 3 anos.

Foda-se.

Razões para ouvir Tom Waits


A música toca no bar abafada por tantas outras que ecoam no meu cérebro. E os copos parecem mais melódicos quando vazios, mas vou-me aguentar um pouco mais que ter sede não é assim tão mau. 
Calculo que até ao fim do mundo me restem dois ou três tragos da bebida habitual para empurrar a gulosa melancolia que me prende a garganta. Depois só me resta um momento fugaz de um véu que me cubra o coração, para o destapar e queimar. E é inútil este meu evitamento pois o destino está decidido, mas talvez consiga adiar mais um pouco e saborear o pouco que me resta da vida que conheço. E não sei se é medo ou incerteza que me agarra a este preciso copo, mas é certo que não adianta sair daqui sem o terminar.
Assim que terminar este copo ter-me-ei apaixonado irremediavelmente por ti.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

sábado, 4 de fevereiro de 2012

If you don't want me I'll roam in the city


Estar entre mulheres assanhadas por vezes até é divertido. Mas não é misoginia a irritação que mais frequentemente me provocam. Eu é que sempre gostei mais de cadelas.

Foda-se! (nº71)


Desde que o meu iPod fritou, tenho reparado que é impossível ligar o rádio do carro durante 10 minutos sem ter de gramar com Bruno Mars ou Adele. Ninguém me quer dar o controlo de uma estação de rádio nem que seja durante um dia?

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº 557)


Amor é dar high fives depois do clímax sexual.

Or we could let it out and let it run it's course


Está quase frio de mais para existir. Quase.

Pensamentos Divergentes (nº236)


Sempre que a Joana aqui passa
dá-me uma arritmia que é uma desgraça
para acompanhar o ritmo de cada pé
que quando sobe lembra aquilo que não é

Anda com cada perna armada
dando tiros ao meu peito pela calada
ecoam brandos na recta correcção
que alivia o excesso no meu pobre coração

Pensamentos Divergentes (nº235)


escamoteando quase ilesa as penas do desamor
por rancor
podia até agarrar os teus pulsos quebradiços
são só resquícios
do húmido casulo desencontrado
que foi guardado
nas noites que qualquer um quereria escolher
por seres já mulher

Sesguidores