sábado, 30 de agosto de 2014

Terminal


Segurei o Sol numa fotografia. Perdi-te logo a seguir.

Dois cigarros no casaco e uma frase mais usada que estas paredes de encosto que vadiam a cidade.
Ainda sou o mesmo. Mas ultimamente os meus ouvidos têm companhia. Neles mora uma música gloriosa que mal dá para ouvir.

Brindo à tua razão. O homem não muda. Só muda aquilo que escolhe para o seu copo.

domingo, 24 de agosto de 2014

O tempo será todas as feridas


Quis brincar por entre os átomos fixos do ar que nos é permitido. Escondido das parábolas de rédea curta que giravam em torno dos asnos. Eu, o fora-da-lei. O heróico anti-herói de metafórica espada na mão e capa ao coração. Masturbando vértices invisíveis nos cantos de um universo só meu. Passando os meus dias dias a respirar o vácuo e a soprar dragões de papel - monstros finitos de proporções mais finitas ainda. Tudo para te ver o não visto e me rever nesses olhos talhados pelo meu próprio insaber.

Inventor de palavras.

Caloteiro literário. 

Mentiroso no geral.

Tudo o que alguma vez quis foi tudo o que nunca me pertenceu. 
Assim será.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Celeste


Os dias passam como rochedos. Mordiscam os céus, que voam insossos num zapping celestial de quem só sabe o que não quer ver.

A saudade é pior carteiro do mundo.
Vem sempre amanhã.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Amor Polvo


Queria escarrar-te esse amor de volta. Esse amor veneno que decidiste atestar em mim, como quem mecanicamente conta o passar de batidas num mostrador invisível de vida em movimento. Esse amor que se agarrou no fundo, como um pedaço particularmente vingativo de uma pipoca  - e eu não tenho nem os dedos suficientemente compridos nem o reflexo de vómito suficientemente amestrado para o circuncisar de dentro de mim. 

Agarrou-se aos meus ossos. Um polvo de aflição que abriu toca no meu tórax. Às vezes trato-o até como um amor de estimação. Outras, inclusive, vem quando o chamo pelo nome. E fecho a janela para não ouvir o barulho lá fora.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Coisas Que Um Gajo Coiso (nº666)


Estar vivo é o único método comprovado de apreciação da futilidade de se estar vivo.

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