Queria escarrar-te esse amor de volta. Esse amor veneno que decidiste atestar em mim, como quem mecanicamente conta o passar de batidas num mostrador invisível de vida em movimento. Esse amor que se agarrou no fundo, como um pedaço particularmente vingativo de uma pipoca - e eu não tenho nem os dedos suficientemente compridos nem o reflexo de vómito suficientemente amestrado para o circuncisar de dentro de mim.
Agarrou-se aos meus ossos. Um polvo de aflição que abriu toca no meu tórax. Às vezes trato-o até como um amor de estimação. Outras, inclusive, vem quando o chamo pelo nome. E fecho a janela para não ouvir o barulho lá fora.
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