Um frio que tem tanto de banal como de aborrecido. Não se digna a ser tão maior a ele próprio que nos possamos queixar "Foda-se, que frio que está". É só o suficiente para despertar sem que chegue para ocupar-nos a cabeça toda. Foi assim que, ao passar no Rossio a noite passada, vi um puto a marcar golo numa baliza invisível, guardada por uma miúda que presumi ser a sua irmã mais nova.
Não só marcou golo como claramente se tratara de um golo. E celebrou-o em justa medida com a certeza que um remate merece. Com balizas invisíveis nunca há golos à tabela - ou se acerta em cheio ou se falha. O que interessa são as linhas imaginárias de separação e isso depende da cabeça de cada um.
É que o problema das balizas invisíveis é que elas estão sempre a mudar de tamanho. E a realidade das acções naquilo que está em jogo é sempre deixada à imaginação do espectador.
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