segunda-feira, 21 de maio de 2012

Pensamentos Divergentes (nº289) - As palavras certas


Andava pelas ruas sem saber o que fazer à minha mão.
Na praça só se apressa quem tem fome, tal como os pombos que nela habitam e que correm pelo chão por se esquecerem que têm asas para voar. E a minha pressa era a da fome de guardar o tesouro que tinha na mão e guardar o seu segredo em casa onde o poderia admirar antes de pensar em mostrá-lo a alguém.
Brincavam entre os meus dedos palavras irrequietas às cem, impacientes por crescer e espantar com a sua beleza. Tudo na certeza de serem a solução para os problemas do coração e da tristeza. E eu, sem ninguém a ver, queria-as para mim para conquistar toda a gente ao levar à minha frente o seu poder de falar - seu amor em mim próprio folhado numa folha despejado para toda a gente ler.
Perdi-as no bolso das calças. Foram à máquina de lavar. E todos os dias agradeço essa desculpa para as continuar a procurar.

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