quarta-feira, 2 de maio de 2012

Coisas que preciso de escrever para me fazer acordar


Sou autodestrutivo. Agora é que faço de conta que não. Já não tomo os riscos estúpidos que tomei na minha adolescência, mas este meu gosto e necessidade de me rodear de miséria e sofrimento é porque sou viciado em angústia. E eu tento fazer disso algo melhor, querendo tornar-me num paladino de esperança. Mas para o tipo de pessoa que eu sou os meios são sempre mais importantes que os seus fins. O resto é fingimento. E mesmo que não seja e eu na verdade seja mesmo melhor pessoa do que acho isso não interessa, pois não me permitirei ver isso. Vou sempre procurar por motivos ulteriores nas minhas crenças e atitudes. E por vezes a questão parece girar à volta de quando chegará a altura em que me terei tornado suficientemente bom a enganar-me a mim próprio para que eu me sinta feliz comigo.

2 comentários:

Teresa Margarida Costa disse...

hum... estas palavras são arrepiantemente familiares...
talvez a resposta seja... um dia sim , dois dias não...

Rui Pi disse...

Também isto a mim me parece demasiadamente familiar. Também eu penso que se calhar sou como sou porque me engano bem e se calhar a minha felicidade vem só de um pano que cobre os motivos pelos quais poderei ser menos feliz (não digo infeliz, porque para isso sei que não tenho motivos). A alternativa é eu ser mesmo fora do comum... mas nisso seria demasiado egocêntrico.

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