terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Dia dos Conformados



Todos os anos no 14 de Fevereiro dá-se o mesmo circo de opiniões usadas. As facções organizam-se, geralmente, em dois grupos: os que gostam de celebrar este dia, e os "cínicos".

O primeiro grupo é largamente constituído pelo menor denominador comum, as pessoas que foram e permanecem convencidas de que coisas como João Pedro Pais, a saga Twilight e o John Mayer são do maior romantismo e foram alguma vez relevantes. O dia está principalmente dirigido para as mulheres deste grupo, explorando as suas inseguranças. Não é que o dia em questão faça qualquer tipo de gesto mais romântico, mas há a obrigação do romantismo, pois se o namorado não fizer nenhum gesto neste dia será porque afinal não gosta dela ou não se preocupa com a relação. É portanto um dia propício ao misticismo e às superstições relacionais.
Já o segundo grupo, é principalmente constituído pelos indivíduos que sabem a "história" do dia e se ofendem com o desavergonhado capitalismo que se esconde por trás e com a tentativa de manipular aquilo que é percebido como a mais nobre das emoções humanas. O dia é encarado com alguma repulsa, não pela data do calendário mas pelas demonstrações televisivas que os querem obrigar a celebrar uma falsidade, um derivado sintético da emoção real.

Eu já tive uma altura em que me preocupava com estas questões. A verdade é que tanto eu como a minha namorada sabemos que este é um dia como os outros e que nada significa. Nem sentimos obrigações especiais. Tentamos tratar-nos bem um ao outro todos os dias do ano e hoje não irá realçar nem diminuir essa tendência. Vamos, no entanto, tratar este dia pelo que é: uma desculpa para, numa má economia, gastar dinheiro num restaurante e aproveitar a companhia um do outro.

1 comentários:

Rui Pi disse...

É a conversa do costume. Nunca liguei muito a este dia, nem quando era forever alone, nem agora que namoro há já uns anos... é um dia como os outros e nem sequer é desculpa para gastar uns trocos a mais. Tive a sorte de encontrar para o tacho que sou, uma tampa que gosta tanto dos coraçõezinhos e coisinhas romanticazinhas das lojinhas e televisões quanto eu.
Haja amor!

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