Para os espíritos delicados.
Para os homens frustrados de ter tanto amor para dar mas que falham sempre no final e para as mães que os criaram.
Para aqueles de quem nunca pareço lembrar-me do nome.
Para a rapariga que sentia ternuras por mim mas que eu ignorei por não ser suficientemente homem.
Para os profetas mudos que amam em helicópteros de resina à espera que as suas hélices colem por mero acaso num corpo celestial
e para as mulheres que vão para a cama com os homens casados e esperam durante noites secretas em culpa que eles voltem para elas e só elas no dia que vem a seguir e no dia a seguir a esse.
Para os que se descobriram nos balneários
e para os otários que atravessam a rua sem olhar para os dois lados, para a esquerda, para a direita e para a esquerda outra vez.
Para os professores que perderam sono por verem num miúdo a asfixia da sua profissão.
Os meus olhos são sedentários. Fixam num ponto e o que descobres quando fixas um ponto durante tempo suficiente é que a olhar para o passado facilmente vemos o futuro pois o tempo em si estica-se e curva-se em infinito.
Eu fui um de vós sem querer alguma vez ser um de vós e serei um de vós sem o ser no seu retorno.
E eu escrevo o que escrevo porque quero deixar na vossa alma uma mossa com o formato do meu coração e é mais fácil para mim prender-vos com a violência da minha resignação do que com aquilo que há de mais puro em mim e que eu vos quero realmente dar.
Por isso
por cada calafrio aceitem um beijo
e por cada ofensa um desejo:
Que o cimento do melhor dos meus imagináveis destinos seja da mesma mistura do cimento do pior dos vossos imagináveis destinos.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Pensamentos Divergentes (nº233)
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T
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00:05
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Etiquetas:
pensamentos divergentes
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1 comentários:
Fod***...há muito tempo que não lia nada assim tão bom! Intenso! Muitoooo muitooo poderosas essas palavras!
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