terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Dedos cruzados são dedos amados


Pelas entrelinhas entrelaça a fraca resistência de caminhos dirigidos ao prazer da carne. Prova com as pernas o toque da sua pele, suave à tensão que se descarrega e recarrega com a doçura e a surpresa de ondas arquitectadas para a divagação da escrita da linguagem dos sentidos divinamente funestos. Lambe-lhe a mão como para provar cada objecto tocado - amantes do passado em desalinho na maratona de tudo o que se enterra para não ser visto. Ela é bonita e por isso rasga-lhe a franqueza. Entrega-se com toda a sinceridade sem jamais poder ser seu. Uma hora-e-meia, talvez duas... os quadros tortos na parede e uma ou outra vaga alucinação do coração. Ela vai deixar-lhe a saudade da tristeza.

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