Queria-te para mim como as pessoas querem e como as pessoas querem as coisas. Queria-te ter para servires um ou mais propósitos egoístas que eu nem sabia reconhecer. Queria-te para o meu ego, queria-te para o meu caralho, queria-te para arrebatar a solidão que me namorava todas as noites e ameaçava tapar-me num cobertor de mimos do qual eu nunca poderia fugir. Queria-te os lábios, o corpo, o amor, a devoção e para a minha extensão de vida na tua memória na ilusão de eu ser mais do que na verdade sou. E eu sei que também eu serviria para teus desejos egotistas. Para a tua colecção de amores falhados e de dramas existenciais. Para a tua perseguição de um ideal de desejo, de um solitário no mundo que fosse capaz de te amar no meio de uma densa floresta de pulsos indiferentes. E eram estes os pensamentos que me matavam de te querer, e eram estes os pensamentos que me atiçavam a vontade de me esquecer em ti, de te usar sem as consequências do intelecto ou do remorso. E tu, ou as partes de ti que me souberam, sabes bem que a prática é a melhor forma de dominar um talento.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Curta carta para todas as mulheres que quis ter
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T
à(s)
02:05
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6 comentários:
Gosto quando escreves assim, apaixonado...
Não era bem apaixonado, mas ainda bem que gostaste.
Fabuloso. ;)
és bom, muito bom, pá.
Posso roubar? *.*
Podes partilhar como quiseres desde que não assumas a autoria do texto como tua...
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