Quero chegar a velho para olhar para ti nos olhos e dizer:
"Olha para nós. Capazes de saltar grandes edifícios, mas ainda não aprendemos a encurtar a distância entre os dois estalidos de vida que os nossos corpos criaram".
Quero ainda antes disso aprender a usar a linguagem de um beijo a uma língua só. Falá-la sem que seja preciso outra boca e com essas palavras húmidas de nada dizer tudo o que não precisa de ser dito mas que precisa ser ouvido, antes que as ondas cheguem e arremessem os nossos ossos pela crosta terrestre, fazendo do nosso planeta uma maraca solitária em torno de um sistema solar.
Quero dormir em flores em pranto. Fazer de tudo o meu sol-e-dó.