Fui a única a segurar a tua mão enquanto morrias.
Os teus olhos de medo flutuando à tona dos teus verdadeiros azuis, como se mais nada alguma vez tivesse existido. Rodopiando em lentos carroceis avariados, num movimento sincronizado com o teu primeiro - e último - sorriso ao contrário.
É sempre essa a parte que me deixa mais triste. E é também a minha preferida. O amor é mau quando acaba. Mas acaba sempre.
Eu sempre precisei de companhia. Mesmo que breve, mesmo que não desejada. Ser amada de volta é raro, mas é bom ter alguém para desejar.
Em troca, podes esquecer todas as tuas lutas e dívidas. Que a última dívida que cumpres, é aquela que te dão ao nascer.