segunda-feira, 28 de julho de 2014

Gb6


Dez deuses em dez casinhas sonolentas, dormem nas periferias das minhas mãos.

Meus dedos esqueceram. Mesmo sabendo os acordes de cor, há músicas que se deixam de saber tocar sem o cálice da repetição.


Foste música. Foste musa. Saber-te-ei jamais.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Pensamentos Divergentes (nº341)


Agora é noite.

Nos estendais pousam dragões,
duendes de aflições
ainda por tocar.

E na rua, os candeeiros
tão toscos e ligeiros,
deixam estrelas por imaginar.

Lixo, latas e rafeiros,
viajantes e delatores rasteiros,
cantam bêbedos de vinho e luar.

Germinam amores.
Alguns, de todas as cores.
Fazem rodopios,
e definham ao girar.

Agora é noite.

Germinam sonhos
e horrores.
Chegam a casa em fios tristonhos sem rancores
como quem não os pode não esperar.

,.-


Tudo o que escrevo me aborrece.

Há anos que não falo. Esqueci-me de como falar.

Tenho uma língua feita de cinzas, brincando às escondidas algures no túmulo da cabeça.

Aqui jaz um pirata de agrafos no olho que lhe resta para não adormecer.

Aqui canta a senhora gorda, limpando o pó do palco vazio.

 Em alguma parte de mim escondo as palavras que preciso nascer.

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