segunda-feira, 4 de junho de 2012

Pensamentos Divergentes (nº297) - A Velha


assim que entra pela porta
acordeões de tristeza agoniam na sua dobra
(a velha, torta,
de melindrosas curvas mais parece uma cobra)

e diz assim para quem a ouça dentro do estabelecimento:
"É um curto e é para despachar
que hoje já não estou mais para me arreliar".
e vê-se que a velha...
não é velha...
- é um jumento.

ainda de pé,
o jegue ofídio recebe o seu café
num semicírculo exímio que não faz se não
que o monte de merda arraste as tetas defuntas pelo chão
enquanto segura a colher de chá no seu apêndice limpa-rabo
para um diabético trago arrastado pelos conspurcados agigantados anéis
que a asna senhora usa para enfeitar os seus dedos de infelizes vernizes bordéis

à velha torta,
com a espinha a incliná-la para debaixo da terra,
- já não há quem não sonhe com ela morta.
mas mesmo quando podre custa afundar um navio se o navio for de guerra

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