Não percebeu. É fácil ver como não percebeu.
Promessas de amor e dedicações plausíveis de um apaixonado outrora são - rasgava-se lento o odor da sua fome no ar. Vi-lhe a verdade nos olhos, sabes? A sua mais pura e completa verdade, brilhando num quase opaco latejar de visão. A aflitiva tentação de um par de braços que não se materializa por muito que se lhes reze a existência.
Falou de amor e de amar com corpo, alma e mente. E não percebeu que aí estava o problema e que são tudo o mesmo. É tudo corpo a experienciar-se a si próprio, ansiando por outro corpo como catalisador químico de paixão desenfreada.
E eu vi tudo. Ele não a conquistou porque queria agarrar-lhe esses fantasmas imaginados quando tudo o que tinha de fazer era agarrar-lhe o corpo e não largar.
2 comentários:
opa, muito bom.
"ansiando por outro corpo como catalisador químico de paixão desenfreada"
especialmente este trecho, mas todo no geral.
Obrigado, pá.
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