É difícil não me perguntar por vezes como teria resultado a minha vida se se alterassem algumas componentes incontroláveis da minha circunstância. Que tipo de pessoa seria e quão diferente seria essa pessoa da pessoa que sou se tivesse frequentado outra escola em criança, ou tivesse nascido noutra cidade. Se não tivesse conhecido alguém ou lido um dos livros que li. Todos temos destas perguntas, suponho.
Dá vontade de calçar sapatos com solas interdimensionais. Poder visitar a belo prazer realidades alternativas que girem à nossa volta, mundos hipotéticos plausíveis mas sempre indisponíveis na nossa curiosidade. Há sempre coisas fora do nosso controlo que nos moldam e seria irresistível ver de que forma teríamos ficado melhor ou pior se se tivesse colocado a vírgula à esquerda num ou noutro factor.
Por outro lado, é bem possível que a melhor realidade em que podemos existir é uma realidade em que não temos o peso de conhecer o nosso destino noutras realidades. Jogar com o baralho que temos e não lamentar que não nos tenha calhado mais um trunfo que esteve quase para nos ser dado. Talvez seja essa a única forma de podermos jogar o melhor que podemos para sermos o melhor que podemos ser em vez de pensar no melhor que poderíamos estar.
1 comentários:
Acho que a tua última frase é mesmo ideal. Acho que qualquer pessoa com dois dedos de testa se questiona se seria a mesma pessoa caso os factores tivessem sido outros ao longo da sua vida. Tenho perfeita noção que algumas das características das quais me orgulho mais em mim, nunca existiriam se eu tivesse nascido noutro meio, se tivesse vivido noutras circunstâncias. Possivelmente teria outras coisas que gostar, mas não estas.
Mais vale mesmo um conformismo consciente e jogarmos com as cartas que temos da melhor forma possível. Se calhar... lá no fundo... estamos a viver a melhor vida que seria possível para nós e é mesmo por isso que vivemos esta realidade e não outra.
Enviar um comentário