domingo, 29 de janeiro de 2012

Pensamentos Divergentes (nº 234)


Não falem despreocupados sobre a condição de quem vive a vosso lado.
Não falem despreocupados como se não vos pertencesse responsabilidade sobre quem está a vosso lado.
É que eu sei o que é estar morto
como todos sabemos o que é estar morto
nessas horas sem sonhos em que adormecer é o parar do tempo e a total obliteração das emoções.
E mais importante ainda eu sei o que é querer morrer
porque a cada cigarro que fumo seguro entre os dedos um deus
e o nome desse deus é Cancro
e o único propósito desse deus é coleccionar as minhas inalações até à última gota de um arquear fleumático.
Falem como se fossem vossas palavras preciosos anjos
e na vossa intenção balançasse o peso do mundo.
Falo, entre bafos, o melhor que posso sem poupar no divino.
Mantenham vós também a alma de quem quer ser.

3 comentários:

Sara disse...

Está lindoo!!

André C. disse...

Se eu não estava já morto, este texto foi o tiro de misericórdia. Mais uma vez digo: muito bom.
Nunca deixes de escrever.

T disse...

São muito amáveis.

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