segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Necrocracias



2011 está quase a acabar mas está decidido a incomodar até ao fim. É que este ano foi incomodativo para quem tem preocupação em manter uma consciência e uma moralidade asseada.
Durante este período de rotação em torno do Sol, a fortuna presenteou-nos com a morte de dois ditadores e um terrorista que, como indivíduos, simbolizavam tudo o que as suas "classes" tinham de mais terrível. Saiu hoje a notícia de que Kim Jon-il morreu - antes dele foi o Kadafi e antes dele o Osama Bin Laden, deixando-nos sempre com um ligeiro sabor a alegria por nos termos despachado deles. E é este o problema, é o sentimento de satisfação que a maioria de nós sente em ver o vilão destronado de vida quando nenhuma das suas mortes (por mais violenta que tenha sido) servirá para aplacar, e muito menos corrigir, o mal que fizeram em vida. Dão-nos no entanto uma sensação fictícia de conclusão, quando deveríamos ter uma sensação de início. A morte de um governante tirano é sempre uma hipótese para a mudança para um melhor mundo, mudança para a qual temos de intervir. Infelizmente, tendo em conta o colectivo da raça humana, não temos um grande historial de sucesso nestas situações.

Seja como for, o filho de Kim Jong-il, Kim Jong-un, irá suceder ao trono do mal a não ser que se dê um menos provável golpe militar na Coreia do Norte - situação que, aliás, não seria consideravelmente mais benéfica. A Coreia do Norte ainda está muito longe de mudar realmente. Será no entanto caso para dizer: o Kim morreu, curta vida ao Kim.

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