sexta-feira, 25 de março de 2011

Pensamentos Divergentes (nº175)


Naramova-te à distância porque a distância e a inexperiência do nosso tocar faziam a cidade tremer de raiva de nunca antes ter conhecido tal amor.
Em cada uma das nossas cutículas,
reservada a heroína que descarregava volts no resto do nosso corpo, cobrindo-nos numa manta de inquietação dos pés à cabeça como se nascêssemos ao mundo teleportados de um outro lugar frio e distante.

Eu queria ser o teu Luke Skywalker. Derrotar a opressão que os nossos antepassados impuseram antes de nós.
Queria tirar-te daquela casa e procurar a vida contigo porque eu também já não tinha onde morar. Os pés cresciam-me e já não tinha sapatos de outros para usar.
Tinha-me tornado maior de mais para a minha moradia e aquelas paredes e as suas molduras já me estrangulavam o pescoço.

Tu ficaste. Eu esperei um bocado mais.
E mais outro bocado.
E um outro bocadinho mais.
Até que não pude mais esperar e fui-me embora.

Agora estou mais velho e mais mentiroso
e nunca mais me lembrei de ti.

4 comentários:

Rita disse...

Amei.

Ela disse...

até agora?

T disse...

Não. Nunca mais, ponto.

Ela disse...

no entanto, seja lá quem for a esquecida, mereceu um "post" assim. um esquecimento bem escrito.

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