quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Desabafo Democrático


Larga o punho cerrado que o teu mal é respirar. Entretens a vida a respirar com esse sibilar irritante de asmático, cada inalação mais inútil que a anterior. O melhor de entre nós não merece mais que comer a merda que nos dão de graça. O melhor de entre nós não merece mais que levar um tiro nos cornos depois de ser espancado e largado numa valeta. Eu lavo as minhas mãos, ressuscitem o filho da puta do Salazar, vejam lá se me ralo. Apanhem todos com a dita dura no cu que eu já não quero saber de ninguém, é bem feita que nos fodamos todos. Viver mal dá mais gozo que viver bem e não ter desculpa para os estupores que somos. Que tens feito tu de útil ultimamente? Que fizeste desde que nasceste? Um caralho, é o que tu fizeste. Só servimos para estragar um pouco mais a vida dos que nos rodeiam. E não me apontes o dedo, sabes bem que tenho razão. Se não tenho remédio se não ser um cabrão, prefiro ser um cabrão honesto. Ao menos deixem-me falar enquanto posso, que se for feita a vossa vontade nunca mais posso abrir a boca. Quero que reinem na vossa imundisse seus filhos da puta. Quero que digam com todo o gosto que o problema do mundo são os jovens, os libertinos, os paneleiros, as putas, os drogados, os pretos, os monhés, os ciganos, os ateus, o governo e a porra do padeiro. Quero que digam tudo o que têm a dizer porque no fim morrem todos miseráveis e sós. O problema são vocês. O problema é só quererem problemas e não soluções. O problema é a vossa vida ser toda dedicada a foder os outros. O problema é não terem cortado os pulsos partir do momento em que começaram a dizer barbaridades. E merda para mim e para todos os outros porque fazemos parte da vossa raça. Merda para todos os que não vos espancam cada vez que abrem a boca porque é contra os seus princípios e isso é baixar ao vosso nível - cobardia é o que é. São todos loucos, vejo agora que são todos loucos e querem-me levar convosco e um dia vão conseguir. Um dia quebram-me a força e deixam-me como vocês e eu ainda felicito os abutres. Espero que nesse dia a minha carne esteja tão azeda como os vossos corações e que vos dê uma indigestão - "Vão à merda, vão à merda, vão à merda".

4 comentários:

Ela disse...

Poderoso..

Bolacha disse...

Eu assino por baixo porque não há nada a acrescentar.

João Oliveira disse...

indeed.

Alexandre disse...

é por estas e por outras que preciso de ganhar coragem sempre que venho ler o teu blog.
tenho sempre medo de ser espancado literariamente.

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