quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A mesma estória de sempre


Um tédio profundo. Abate-se também sobre mim a irritação de Michio Kaku, através da sua má escrita, tornar um assunto tão interessante num aborrecimento total. O idiota do génio não me entretém e eu preciso de ser entretido. Esfrego os meus molares uns contra os outros, um tique nervoso que já conheço como sinal de ausência de nicotina. Decido fumar uma cigarrilha e talvez espairecer a mente - já bebi café hoje? Não. Mas também não me ajudaria em nada, fica para depois.
Dou por mim num estupor a ouvir o shuffle do iPod enquanto fumo e desenho bigodes em fotos de modelos nos anúncios de um jornal velho. O que tenho para fazer não me interessa; O que me interessa fazer não consigo fazer. Abandono a escrita porque o que escrevo não é imediata e inegavelmente brilhante. Não componho porque os acordes saem torpes e as melodias pobres. E a frustração de desenhar, de imaginar algo perfeitamente claro na mente e a técnica da mão me atraiçoar deixando-me uma cópia inferior ao concebido, desmotiva-me completamente da tarefa.

Sou um rochedo imovível na minha triste e inconsequente solidão. Entretanto, tudo o que é significativo não passa de folhas ao vento. E eu especado a olhar.

3 comentários:

Alexandre disse...

também costumo desenhar bigodes, mas no jornal do dia.

(larga o tédio pá, vai absorver qualquer coisa.)

pedro b disse...

a mão, a mão... é a minha maior inimiga. não obedece à imagem mental, reproduzindo teratomas sem volume.

mariana, a miserável disse...

deixa o tabaco, pá

gomas, gomas sim

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