Quando me foco no círculo negro preso pela cor desses olhos sei que vou morrer. Sei com todo o impacto a realidade óbvia e inescapável de que vou morrer. Vou morrer. Vou morrer. Vou morrer. Tudo o que alguma vez foi, é e será acaba no resultado inevitável da minha morte e só não o sei a cada outro segundo de cada outro dia porque sou cego, sou cego e louco e abraço a minha cegueira e embebedo-me da minha loucura. Vou morrer. Vou morrer e eu queria ser imortal mas vou morrer. Queria ser imortal, queria encontrar a minha imortalidade no círculo negro desses olhos mas nunca a vou encontrar e vou morrer.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Óbito
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T
à(s)
20:19
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Etiquetas:
escritofrenia
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3 comentários:
gostei. continua.
Acredito que teres encontrado um blog de uma agência funerária te tenha inspirado a escrever isto (ou não).
Por algum motivo hoje já ouvi a palavra "morte" demasiadas vezes.
benjamim: Igualmente, camarada.
aguarela: Pensei nisso depois de o escrever, mas infelizmente acho que as inspirações foram outras.
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