sábado, 10 de julho de 2010

I'm the 51st member of a god awful group

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Mais uma visita à cidade que detesto. A cidade onde o meu pai cresceu.

Deixou a família lá. Na sua cobardia salvou-me a mim daquela doença que nos corre das veias, tentou fugir dela sem saber que também carregava nele o veneno e que estava condenado a cometer os mesmos erros do seu pai.

Fomos cumprir uma obrigação, daquelas de sangue. Eu, o meu pai e o seu irmão, sentados numa esplanada, três cervejas em cima da mesa. Os irmãos de uma geração degradada numa proximidada raras vezes testemunhada. Surpreendo-me ainda o quão semelhantes são, a cópia das feições - feições que eu também levo na cara, o que por alguma razão me causa tristeza.

Soluçava a conversa entre golos de cerveja, travos de tabaco e o barulho dos putos a brincar. Como sempre, eu ficava a ouvir tudo o que não era dito (o que nunca foi dito). O que é silenciado marca a sua presença. E a minha irmã estava presente na sua ausência.

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