segunda-feira, 1 de março de 2010

O que me assola todas as noites

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Doíam-lhe os olhos, de ver. Na sua boca, o cheiro a tabaco deitava-se em nódoa sobre a língua, embrulhava-se no seu paladar no tom persistente de quem veio para ficar.
Queria dormir. Queria também poder mudar o mundo - um sonho absurdo, absolutamente patético, que ele sabia ser impossível de alcançar.
Desiste, vai-se deitar. Amanhã é um longo dia.

E foi nesse preciso instante, fechado entre quatro paredes, que ele poderia ter nascido outra vez.

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