domingo, 3 de janeiro de 2010

Os homens e a infidelidade

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A psicóloga francesa Maryse Vaillant afirma que a infidelidade masculina é natural e deve ser aceite pelas mulheres, visto que o facto de um homem ser sexualmente infiel não querer dizer que ame menos a sua mulher.
Mais, chega a afirmar que os homens completamente monógamos sofrem de uma patologia psicológica, sendo a sua fidelidade sintomática de uma idealização rígida sobre as funções de um homem.

Concordo com a senhora no ponto em que a fidelidade não faz parte dos instintos biológicos do homem. Por outro lado, também não faz parte dos instintos biológicos da mulher. A diferença consiste no modus operandi de cada: enquanto que o homem está geneticamente programado para copular com o maior número de mulheres possível (de forma a aumentar a descendência), o maior número de vezes possível (de forma a aumentar a probabilidade de a descendência daquela fêmea ser sua), a mulher está geneticamente programada para encontrar o melhor parceiro em termos de qualidade genética, assegurando ao mesmo tempo a sua segurança e a segurança da sua descendência. Isto poderá implicar que tenha um parceiro geneticamente superior que a engravide, enquanto um parceiro geneticamente inferior mas mais atento cuida dela e dos filhos que ele não sabe não serem seus. Presumivelmente será por estas razões que, estatisticamente, os homens se preocupam mais com infidelidade sexual e as mulheres com a infidelidade emocional*.
A monogamia é, de facto, um construto completamente cultural. E é, além do mais, um construto bastante recente na história da humanidade.

Fora isto, e apesar de não ter (ainda) lido o livro que escreveu sobre o assunto, não sei se concordo com a Maryse Vaillant. Admito que para alguns indivíduos poderá tratar-se realmente de uma imagem idealizada à qual o homem tenta corresponder, mas isso implica um padrão consistente de comportamentos moralmente rígidos em outras áreas da sua vida.
Possivelmente faltará a Maryse Vaillant considerar outras hipóteses. Como por exemplo algo mais ao nível da empatia como "Não lhe irei fazer algo que sei que me magoaria a mim se ela mo fizesse". Ou, em termos mais românticos, um homem que ame uma mulher o suficiente para resistir a tentações naturais por não a querer magoar, mesmo que ela nunca ficasse a saber do sucedido.

Dito isto, não tenho nada contra a poligamia e múltiplos parceiros sexuais desde que seja algo consciente e aceite por todas as partes.

E cuidado com os chauvinismos.



*Devo avisar que isto são teorias pertencentes a uma área denominada de Psicologia Evolutiva que é bastante pobre em termos de rigor científico, visto que são teorias que não podem ser testadas e muito menos confirmadas cientificamente.

7 comentários:

continuando assim... disse...

olha que notícia tão jolie !!!!!

se eu soubesse há mais tempo .... :) lol
bj
teresa

Erre disse...

Gostei bastante do teu ponto de vista sobre o assunto, que aliás já tínhamos discutido recentemente "em pessoa".
Só que tenho de torcer um pouco o nariz quando dizes que a monogamia é completamente cultural, quando tens, por exemplo, espécies animais como os pinguins que são claramente monogâmicos. No entanto, percebo claramente onde queres chegar, pois quando estamos a falar na nossa espécie em concreto tudo parece apontar para isso, pois mesmo quando a monogamia é assumida oficialmente, há sempre uma tendência para uma poligamia oficiosa e até socialmente aceite de forma encoberta.

Pronto, isto tudo para voltar a dizer-te que acho que aqui a "colega" está a ser mesmo um pouco chauvinista e que, como tu bem exemplificas, me parece claramente incompleto fazer estas assumpções só para os homens.

T disse...

R: Dude, são pinguins. É diferente.

Anónimo disse...

Estas teorias matam-me o cérebro.
(talvez por concordar em certa medida)

betânia liberato disse...

um voto ao que dizes

Cisma ♥ disse...

eish, concordo! ;/

mariana, a miserável disse...

então quero ser homem..
já decidi..

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