segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Pensamentos Divergentes (nº106)

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Mais uma vez, cavalgou-lhe cabeça adentro a mesma ideia.

Somos todos iguais, todos filhos da mesma dor. Idênticos nas maneiras por termos sido forjados do mesmo metal, no mesmo fogo.

Lembrou-se da Morte e da cobra esfomeada que guarda no seu estômago. Cada dia um prego no caixão, cada celebração o pesado arrastar de um momento que não se deixa agarrar.

Ela enfeitava as veias com agulhas invisíveis. Ninguém as via, ninguém as queria ver. Já o tabaco tinha deixado de ser um ócio, não chegava a ser um hábito vicioso. Era fundamental para respirar miligramas de força para aguentar o simples passar do tempo que lhe escorria através dos olhos secos.

Já nem me lembro se se chegou a matar, mas aquilo não era vida. Bateram-lhe na alma até mostrar bandeira branca.

E os miúdos sempre a gritar na rua "O meu pai é melhor que o teu".

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