sábado, 17 de outubro de 2009

"Cada um tem aquilo que merece"

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É uma frase detestável.

É sempre pronunciada de uma forma acutilante, com uma espécie de satisfação macabra. Tem um toque de um gosto pela desgraça dos outros, como quem saboreia a miséria humana de alguém que por alguma razão é merecedor de desgraça.
Os alemães chamam-lhe Shadenfreude.

Por outro lado, as pessoas que a usam são as mesmas pessoas que, perante as suas próprias desgraças ocasionais, abraçam a noção de uma vida injusta imposta por um mundo cruel e totalitário no qual as pessoas boas e inocentes são destinadas ao sofrimento.

Não compreendo. É uma simplificação dualista muito infantil e contraditória que, após breves migalhas de introspecção, deveria ser prontamente eliminada do funcionamento "lógico" da pessoa.

E, não me levem a mal este reparo, mas por alguma razão as pessoas que eu mais vi a fazer isto eram mulheres.
Também não percebo porquê e qualquer comentário que pudesse tecer sobre isso seria vazio e provavelmente com alguma conotação chauvinista que prefiro evitar.



... Que se foda, as mulheres são estranhas criaturas emocionais.

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