terça-feira, 11 de agosto de 2009

Niilismo Intermitente

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O meu coração tem trinco automático.

Quando sente um brisa que ameaça tempestade, e muitas brisas para ele já são tempestade, fecha-se a sete chaves.

Nesses momentos sou gelo. Esvazio-me como um androide. E posso sinceramente dizer que deixo de sentir, deixo de amar, deixo de odiar. Existo só.

Uns chamam-lhe mecanismo de defesa.
Outros, doença.

Fumo.
Bebo.
Já me droguei ocasionalmente.
Olho para outras mulheres e nem sempre tenho os pensamentos mais puros.
Sou ainda uma criança e por isso infantil, exigente, obstinado e necessitado.
Não tenho maneiras à mesa.
Tenho mau feitio. Magoo os outros facilmente.
Estalo os dedos das mãos e roo as unhas também.

Este sou eu.
Um degenerado.
Um papel rasgado de uma obra outrora límpida, sã.
Mas as almas estéreis, para além de não serem de confiança, são também escorregadias
e fogem-nos sem darmos por isso a tempo.

E eu pediria perdão, mas não sei a quem.

4 comentários:

Alguém disse...

É mesmo isso que te vai na alma? Eina pá!

Texto interessante, identifico-me, mas só um pouquinho.

Tenho a dizer que li de uma assentada só o "coisas que um gajo coiso" e...genial ahah

Ana disse...

A Sinceridade é sempre algo belo, mesmo que desconcertante.

MIA disse...

Depois de ter lido parte do teu blog, chego à conclusão que se o Fernando Pessoa e o Manuel Cruz tivessem um filho serias TU!

mariana, a miserável disse...

pede-me a mim

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