sexta-feira, 12 de junho de 2009

Textos da Escola Primária que eu decidi escrever hoje (nº1)

Texto escrito após descobrir os resultados das eleições europeias


Portugal é o país-criança que nunca aprende.

Tem por pai autoritário e distante um Cavaco sem-sal que se deixa iluminar pela chama decadente de um passado que considera menos inglório, e tem também por mãe um Sócrates anti-filosófico que se queixa constantemente de fazer o trabalho todo em casa sem nunca ser reconhecido.
Portugal sai à sua mãe, amua facilmente. Quando não lhe dão tudo o que quer e tudo aquilo a que julga ter direito faz enormes birras e ameaça querer trocar para uns pais melhores que não o tratem tão mal. Mas é normal as crianças terem fantasias simples e ridículas.
Portugal também sai ao seu pai nalguns aspectos: gosta de sonhar acordado, imaginando impérios antigos e façanhas passadas em terras distantes.

Como anda sempre distraído, é frequente Portugal chegar com negativas a casa, culpando os seus colegas e a professora, ou então culpando o seu destino irreversível. Tem dificuldade em tomar a responsabilidade pelas suas acções e acaba por atravessar a sua vida sem reflectir sobre si próprio e sobre o que o rodeia. Teima em não aprender com os seus inúmeros erros, e acha que os outros é que têm a vida facilitada.
Quer sempre o que o colega do lado tem.

Portugal tem também um temperamento inconstante. Até pareceu ter atingido a puberdade uma vez. Cheio de cravos no rosto, saiu à rua com supérfluas reivindicações em punho que não passaram de uma fase. Mas a verdade é que uma criança mimada será para sempre uma criança mimada, independentemente do sêbo acomulado que lhe transcorre a pele.

A culpa de tudo, no fundo, não é de Portugal. É da sociedade em que vive e da sua família disfuncional, que o tem sido desde incontáveis gerações atrás.

E raios partam o Afonso Henriques por nos ter vendido uma casa amaldiçoada e com caruncho nas vigas de suporte. Um gajo que ainda porcima batia na mãe.

1 comentários:

Ela disse...

Amei... Está genial.

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