Estes momentos em que perco o controlo que aprendi a exercer de forma tão implacável.
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Momentos em que O Monstro espreita a sua feia cabeça de fora de mim para ver o que se passa.
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E eu vejo-me de fora, sem poder fazer nada. Sem conseguir dominar a confusão que invade a minha mente.
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O espaço à minha volta gira, e provo um desespero antigo que corre em sangue pelas costas da minha existência.
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Já não passeio pelas cidades sem destino, carregado pelos meus delírios. O "rapaz louco", "estranho", ou "alterado"... mas por vezes tenho vontade de voltar a ser assim. Por vezes, invade-me a saudade do som dos passos do Anjo Invisível que me persegue. Ou perseguia.
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Quero cobrir a Lua, quero que o meu corpo nú seja violado pelo frio da noite enquanto uivo a tudo o que teve a audácia de não existir para mim.
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Quero ser um animal selvagem, sem margem nem lei. Quero ver tudo a arder e quero morrer no caos que crio para mim.
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Quero Eu, sem ser verdadeiramente Eu.
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