quinta-feira, 31 de março de 2011

Pensamentos Divergentes (nº176)


as janelas dos prédios choram a luz morta do reflexo da noite
as crianças já dormem, os seus gritos sufocados pelos pesadelos que lhes prendem o corpo à cama
no fundo da rua está o fim e eu estou sozinho
completamente só

do fundo da rua observa-me com aqueles olhos congelados
e não existe nenhum inferno que me possa salvar do meu destino
algum reino de tortura no qual me possa esconder

estende um dedo esfomeado na minha direcção
e sou seu.

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